

Detalhes de Construção
Detalhamento dos Painéis Externos com Peças
As miniaturas do cinema tem o objetivo de iludir os espectadores a ponto deles não saberem se o que estão vendo é ou não miniatura. Por isso, os modeladores usam certos truques para dar a impressão que a miniatura é um objeto de grande tamanho. Um deles seria detalhar a superfície externa dos veículos em miniatura, colocando pequenos objetos na superfície, tirando-se aquele visual "liso" que daria a impressão de ser um brinquedo. Isto ajuda a dar a sensação de grande tamanho.
Observe as fotos abaixo da nave Galactica das série de televisão Battlestar Galactica. Note o imenso número de pequenos objetos sobre a superfície externa da nave. Esta grande quantidade de detalhes ajuda o espectador a esquecer que se trata de uma miniatura.



Mas como os modeladores fazem estes detalhes? Que objetos eles usam?
Para criar estes detalhes, na maioria das vezes, os modeladores profissionais usam aqueles kits de montagem de aviões, carros, caminhões, tanques de guerra, motos, etc. Eles pegam partes destes kits e colam na superfície externa da miniatura.
Nas fotos abaixo, você pode ver, a esquerda, uma artista da ILM instalando as velas de um a miniatura de navio para o filme Goonies. Ovserve a imensa quantidade de caixas de kits de montagens na estante atrás dela. Eles compram muito para ter um estoque afim de usar no detalhadamento de suas miniaturas.
Na figura a direita, você pode ver um exemplo de um kit de montagem de avião. Veja que é grande a quantidade de peças que vêm numa caixa.


Nas fotos abaixo você pode ver este processo em andamento. Note na foto a esquerda que o modelador está retirando partes de um kit de montagem e colando na superfície externa da miniatura. Veja a diferença que existe entre as partes que ainda não estão detalhadas e aquelas que já estão. O efeito é impressionante!


Na foto abaixo a esquerda, note a grande quantidade de peças que foram utilizadas para o detalhamento. Observe que foram colocadas partes de um míssel na lateral da miniatura. Ao lado, é possivel ver como resultado final fica surpreendente.


Em alguns casos os modelistas são ainda mais inovadores. Para o filme Reconquista, ao invés de usarem somente partes de kits de montagem, os modeladores usaram partes de computador. Isso mesmo. Eles pegaram computadores estragados ou velhos e usaram várias partes maiores e outras peças pequeninas para dar detalhe na superfície externa.

Um outro detalhe muito usado, principalmente em naves espaciais, é construir painéis na carcaça da nave, ou seja, aquelas plaquinhas coladas na superfície. Ao invés de construir uma superfície exterior toda lisa, os modeladores constróem painéis externos, e quanto mais painéis, mais detalhada fica a miniatura.
A foto abaixo, mostra uma parte da fuselagem da miniatura da nave Millenium Falcon do filme Guerra nas Estrelas. Observe a grande quantidade plaquinhas sobre a superfície da miniatura. Veja que elas conferem um visual detalhado dando a impressão de ser um objeto grande. Note que além das plaquinhas coladas, existe também várias pequenas peças e tubinhos colados nela.

Detalhamento dos Painéis Externos com Pintura
Uma outra forma de dar a idéia de grande tamanho, principalmente para aviões e submarinos, é fazer um grande número de faixas estreitas riscadas com estilete e pintar o sulco formado para simular placas de metal que compõem o veículo. Esta técnica foi usada pela ILM nos submarinos do filme Caçada ao Outubro Vermelho e deu uma idéia de grande tamanho.
Na foto abaixo, você pode ver dois modeladores da ILM detalhando a superfície externa de uma miniatura de submarino do filme Caçada ao Outubro Vermelho. Note que eles estão riscando a superfície externa e pintando o sulco formado pelo risco. Isto tira a idéia da miniatura ser "lisa", dando uma idéia de grande tamanho.

Essa mesma técnica também foi usada no filme Maré Vermelha. No filme, os submarinos Trident de 170 metros de comprimento por 12 metros de diâmetro e altura de 4 andares foram representados por miniaturas. Segundo David Goldberg da DreamQuest Images, "foi difícil dar a ilusão de escala de grandeza. Quase sempre nas miniaturas, algo que revela a pequena escala é a aparência lisa, como se tivesse sido esculpida em um bloco único de isopor e recebido um acabamento liso. Para evitar isso, construímos as miniaturas de submarino para dar a impressão de terem sido feitas chapa-a-chapa. Isto causou um efeito ondulado no submarino, como se tivesse sido feito por diversas partes, fazendo-o parecer maior".
Uma técnica bastante interessante usada pelos modeladores é obtida pela pintura. Esta técnica consiste em desenhar painéis de cor diferente. Se você observar um avião real de perto, você notará que ele é formado por várias placas de aço, mas elas tem uma diferença de cor entre elas. Umas são mais claras, outras são mais escuras. Este efeito também é utilizado por modeladores, não só para dar impressão de maior tamanho, mas também para dar mais realismo às miniaturas. Assim, quando os modeladores pintam as miniaturas, eles o fazem pintando painéis com diferença de tom.
Observe as fotos abaixo. A da esquerda mostra um detalhe da miniatura de X-Wing do filme Guerra nas Estrelas. Veja a grande variedade de cores na fuselagem da nave. Alguns painéis são cinza claro, outrso são cinza escuro, outros são mais azulados e outros até são amarelados. Esta técnica de pintar painéis com tons diferentes de cor, tira a sensação de uma nave "lisa", pois uma miniatura com superfície toda "lisa" (por exemplo uma nave pintada em um só tom de cinza) lembraria muito mais um brinquedo!
A foto da direita mostra um detalhe da fuselagem de uma miniatura de Enterprise de um dos filmes deJornada nas Estrelas. Note a imensa quantidade de pequenos retângulos pintados de cores diferentes. Uns são cinza mais escuro, outros são mais claros, e assim vai.


Uma variação desta técnica seria não só pintar painéis com cores diferentes, mas também com alto e baixo-relevo.
A foto abaixo mostra um detalhe da fuselagem de uma miniatura de Enterprise de um dos filmes Jornada nas Estrelas. Veja que os painéis não só tem cores diferentes, mas também tem alturas diferentes. Uns painéis são mais altos que outros e outros são mais baixos. Este efeito é facilmente obtido com pintura. Normalmente, as partes mais baixas são pintadas primeiro. Assim, os modeladores pintam toda a miniatura com a cor que deverá ser a mais baixa. Depois de seca, eles mascaram a superfície com fita adesiva (colocam fita crepe) naqueles trechos que devem ficar mais baixos. Depois eles pintam com outro tom de cor. Assim, as partes pintadas com este outro tom, como foram pintadas por cima da primeira, ficarão mais altas. Assim, as outras cores que forem pintadas por cima, ficarão sempre mais altas que as pintadas anteriormente.

Uma outra variação desta técnica seria pintar painéis não só com cor diferente mas também com brilho diferente. Esta técnica foi utilizada na miniatura da Jupiter 2 do filme Perdidos no Espaço. Algumas das porções azuis da parte de cima do casco da Jupiter 2 eram mais brilhosas enquanto que outras eram sem brilho. Isto cria um tipo de discreto contraste quando oberservado contra a luz.
Tiros de Laser
Um outro tipo de detalhe muito usado para miniaturas espaciais, são os efeitos de tiros de laser na carcaça das naves. Para a miniatura de Millenium Falcon do filme Guerra nas Estrelas, isto foi simulado usando-se um pequena cobertura de adesivo de borracha (para simular metal derretido pelo calor dos lasers) e pintado por cima com esfumaçados de tinta preta em spray de um aérografo. Em outras vezes, eles usaram apenas a tinta preta esfumaçada pelo aerógrafo. Em alguns trechos eles usaram um ferro de solda aquecido para simular aço derretido, riscando a superfície externa da nave que era de plástico.
Nas fotos abaixo, você pode ver os principais tipos de efeitos que simulam os impactos de raios laser em miniaturas.
Na foto a esquerda, você pode ver um detalhe da miniatura Millenium Falcon do filme Guerra nas Estrelas. Veja que o impacto de laser é um borrão preto feito com spray de um aerógrafo com tinta preta. Representam impactos de grande intensidade. Eles eram feitos somente com o spray de tinta preta ou podiam ter adesivo de borracha (para simular metal derretido) ou riscos feitos com ferro de solda (também para simular metal derretido), já que a miniatura era feita de plástico. Na foto da direita você pode ver um outro tipo de simulação de impacto de tiros de laser. São na verdade, são pequenos pontinhos pretos, representando impactos de pequena intensidade.


Mas para representar aqueles impactos de raios laser que destruiriam a a fuselagem, os modeladores fazem buracos na superfície.
As fotos abaixo mostram este efeito. Na foto esquerda, você vê buracos feitos na superfície da miniatura feitos com ferro de solda e pintados com spray de tinta preta. Na foto da direita, foram feitos também os buracos, mas os modeladores acrescentaram um tipo de efeito interessante. Observe que os buracos revelam um pouco da subestrutura da fuselagem, que no caso é um tipo de quadriculado de metal. Após terem feito os buracos, os modeladores adicionam um pequeno trecho de quadriculado de plástico, colando-o por dentro. Isto confere mais realismo aos impactos de laser.


Só por curiosidade, nem tudo é high-tech em quando se trata de efeitos especiais. Veja a foto abaixo. Ela mostra o renomado modelador Greg Jein criando impactos de tiros laser na miniatura da nave Enterprise. Veja que ele está realmente queimando a superfície da miniatura para ficar mais realista. Note a expressão de alegria dele! Ele está com cara de quem está se divertindo bastante!

Envelhecimento
Um outro truque usado pelo modeladores para dar realismo às miniaturas do cinema é o Envelhecimento. A não ser que a história exija, miniaturas com aparência de "nova" não ficam realistas. Uma miniatura com aparência de nova fica parecendo muito mais com um brinquedo. Uma miniatura com aparência de usada, com tinta lascando e com manchas tiram a aparência de brinquedo de uma miniatura.
Observe as fotos abaixo, mostrando detalhes da fuselagem de miniaturas do filme Guerra nas Estrelas, a Millenium Falcon e a X-Wing. Na foto da esquerda, note as manchas escorrendo nos painéis, alguns painéis mais desbotados que outros, painéis com a tinta saindo, etc. Tudo isto dá mais realismo à miniatura.
Na foto da direita, veja que a X-Wing está toda suja de manchas pretas, principalmente perto das turbinas que seriam as áreas que deveriam estar mais sujas.


Revisão
Abaixo revisaremos alguns detalhes que são usados para acentuar o realismo de miniaturas de veículos, principalmente de naves.
1) Painéis de Cores Diferentes - observe os painéis pintados com cores diferentes, além de alguns deles terem, também, um efeito de envelhecimento simulando tinta lascando.
2) Envelhecimento com sujeira escorrendo - note o efeito de sujeira escorrendo, simulando envelhecimento.
3) Envelhecimento com ferrugem - observe que a simulação de ferrugem cria um efeito de envelhecimento característico de superfície metálica.
4) Envelhecimento com arranhões - arranhões na superfície das naves são uma outra boa forma de indicar avarias na superfície metálica. Principalmente quando o sulco formado por elas é pintado de cor de metal ou alumínio.
5) Impactos de Laser - observe que neste caso o impacto de laser é representado por uma mancha de maior tamanho, indicando um impacto de grande potência.
6) Impactos de Laser - neste outro exemplo, os impactos de laser de pequena potência são indicados por pequenos pontos pretos.

Muitas... muitas janelinhas!
Um outro truque para dar a idéia de grande tamanho para as miniaturas, principalmente de naves espaciais, seria construí-las com um grande número de janelas pequeninas. Isto dá a idéia de que a nave é muito grande. Esta técnica foi usada para o Destróier Estelar Imperial no filme Guerra nas Estrelas. Esta miniatura tinha cerca de 250 mil pequeninas janelas! Parece absurdo, mas com certeza, quando a vemos na tela, nem pensamos que é uma miniatura.

Para Jornada nas Estrelas Deep Space Nine, foi preciso uns dos modelos mais elaborados já feitos para a televisão. Entre eles, o mais importante é a Estação Espacial Deep Space Nine, concebida pelo designer de produção Herman Zimmerman. O supervisor de efeitos visuais, Rob Legato, supervisiona a construção e a filmagem do modelo. Segundo Rob Legato, "assim que é dito o querem fazer, vemos a grandiosidade que precisa ter, o que podemos fazer e o que precisamos ter para realizar aquilo". O escolhido para fazer a estação espacial foi Tonny Mininger. Legato queria o máximo de detalhes e o maior número de "luzinhas" nas pequeníssimas janelas para fazer parecer com que a estação espacial aparecesse absolutamente enorme.

Movimentação de Miniaturas
Controle de Movimento
O controle de movimento é uma técnica em que os movimentos da câmera ou outro objeto são controlados por computador.
Freqüentemente, o controle de movimento é usado para dar idéia de movimento em aeronaves e outros objetos voadores. Os movimentos das naves e aviões feitos com esta técnica são na realidade movimentos aparentes ou relativos, ou seja, eles não estão realmente se deslocando no espaço, o que varia é a distância entre a miniatura e a câmera. Por exemplo, você já reparou quando está de carro parado no semáforo, mas o carro do lado está indo em frente e você pensa que é o seu carro que está voltando para trás? Pois é, isso é movimento aparente!
Os movimentos aparentes das miniaturas usando o controle de movimento são obtidos movimentando-se a câmera para trás ou para frente e combinando com a capacidade de movimentação do suporte, sendo possível criar uma grande variedade de movimentos e manobras. O suporte também é controlado pelo computador, fazendo a miniatura inclinar-se em curvas imaginárias, elevar-se em subidas imaginárias ao mesmo tempo em que o computador também move a câmera para frente, para cima e para baixo. No fim, os espectadores acreditarão que a miniatura pode realmente voar. A câmera move-se suavemente em torno do modelo dando a ilusão de que o modelo realmente vôa. O controle de movimento é para movimentos mais dinâmicos e complexos. A câmera se move em um trilho em direção a uma miniatura relativamente parada. A miniatura pode possuir movimentos mais restritos, sendo conectada a um suporte que pode permitir mover esta miniatura um pouco de cada lado. Contudo, a maioria dos movimentos é feita pela câmera. Todas as funções da câmera, incluindo os movimentos e o foco são controlados e pré-gravados por computador. Quando uma cena tem várias miniaturas, cada miniatura é filmada separadamente contra uma tela azul ou verde (esse azul ou verde será depois removido e colocado o fundo desejado). Raramente 2 naves são filmadas juntas, porque seria difícil manter as duas miniaturas em foco pela câmera ao mesmo tempo, além dos movimentos das naves poderem se atrapalhar.
O controle de movimentos pode ser quadro-a-quadro, mas geralmente é contínuo. Mas mesmo podendo ser contínuo, os movimentos da câmera são muito lentos com a finalidade de permitir uma melhor exposição do filme. Assim, cenas de poucos minutos quando projetadas na tela, gastam quase metade de um dia para serem filmadas com controle de movimento.
Assim, os movimentos da câmera nos trilhos, juntamente com os movimentos da miniatura pelo suporte dão a ilusão da naves em movimento. O movimento controlado adiciona autenticidade a cena, fornececendo o "borrão" (motion blur) da imagem característico quando um objeto em movimento é filmado.
Geralmente a ação das naves é estudada para ver se seus movimentos relativos estão apropriados. No movimento relativo, deve-se sempre pensar "ao contrário". Assim, se você quer que o a miniatura vá para frente, a câmera deve se movimentar para a direção oposta, ou seja para trás. Se quer que a miniatura vá para esquerda, a câmera deve ir para a direita e assim por diante.Uma vez que os movimentos já estão planejados, as miniaturas são filmadas em frente a uma tela azul, verde ou preta.
Uma vez que a cena está completa, mais passagens precisam ser feitas. Desta vez as luzes do set de filmagem das miniaturas são desligadas, só as luzes da miniatura (janelas, turbinas propulsoras,etc) devem ser as únicas acesas no local. Depois esta passagem de luzes será composta por processo ópticos ou digitais com a passagem já filmada da miniatura com fundo azul. Como os movimentos são controlados por computador, é permitido aos diretores repetirem os movimentos quantas vezes for necessário. O controle de movimento também pode permitir múltiplas passagens ou exposições pela mesma miniatura. Essas múltiplas passagens podem, então, serem compostas posteriormente (por meios ópticos ou digitais). Passagens múltiplas permitem com que se tenha controle sobre a iluminação e a exposição do filme sobre cada conjunto de luzes da miniatura.
Assim, ao filmar uma miniatura, acaba-se filmando-a pelo menos 3 vezes.
Normalmente essas múltiplas passagens são:
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Primeira passagem (Beauty Pass ou Passagem de Cor) - para gravar a cor da miniatura sob a iluminação. Filma-se a nave com suas luzes de janelas e de motores desligadas contra um fundo preto;

Segunda Passagem (Matte Pass ou Passagem de Máscara) - depois, com todas as luzes do estúdio apagadas, e só as luzes da miniatura acesas (janelas e motores), a câmera repetirá o mesmo movimento. Filma-se a nave com suas luzes desligadas e sem luz de estúdio apontada sobre ela e contra um fundo branco. Assim a nave fica preta (escura) contra fundo branco. Esta passagem serve como "molde vazado" para permitir a composição com a imagem de um espaço cheio de estrelas. Esta fase só existe quando a miniatura é filmada contra um fundo preto. Pois se for contra o azul ou verde, ela não é necessária

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Terceira Passagem (Light Pass ou Passagem de Luzes) - apenas as luzes do estúdio estão desligadas, ou seja, não tem luz apontando sobre a nave. Só as luzes das janelas da nave e de seus motores estão acesas. Ela é filmada contra um fundo preto.

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A próxima fase é o cenário de fundo, que tanto pode ser um cenário real, uma pintura ou imagem feita por computação gráfica.

Durante a fase de pós-produção todas estas imagens são combinadas por processos ópticos (por impressora óptica) ou digitais (por computador), resultando na imagem abaixo:

Controle de Movimento
Na foto abaixo você pode ver um típico estúdio com capacidade para filmar com controle de movimento. Veja a câmera presa numa grua (guindaste) e que desliza sobre dois trilhos. Ao lado, você vê a mesa de controle com o computador. É através do computador que se programa e controla os movimentos da câmera.

Na foto abaixo, você a tela azul ao fundo, a miniatura presa num suporte e a câmera presa numa grua e que desliza em dois trilhos.

Abaixo você vê uma miniatura presa num suporte de controle de movimento. Geralmente, estes suportes são também controlados por computador, permitindo à miniatura inclinar-se para os lados. Note a mesma cor do suporte e da tela de fundo. Veja também a caixa de controle abaixo, ela permite ligar dispositivos na miniaturas (luzes, hélices, etc).

Na foto abaixo, você pode ver outro exemplo de miniatura em suporte de controle de movimento.

Algumas das cenas mais impressionantes do filme Supernova são aquelas em que aparecessem a nave Nighttingale. Grande parte destas cenas foi obtida usando-se uma miniatura desta nave, enquanto que em outras, a nave foi gerada por computação gráfica. Mark Stetson da Digital Domain, optou por filmar a nave usando o sistema de controle de movimento. Mas para ter idéia de como planejar os movimentos da nave, Stetson criou pré-visualizações em computador mostrando como deveria ser feito os movimentos da câmera. Depois eles filmaram a nave tendo ao fundo uma tela verde, que depois seria substituída por um céu estrelado. No sistema usado por Stetson, a nave ficaria suportada por um eixo e apenas giraria. A câmera tinha a capacidade de se aproximar, e elevar-se diante da miniatura no suporte. Abaixo você pode conferir um esquema de pré-visualização semelhante ao usado no filme. À esquerda você pode observar como era filmado e à direita a imagem que a câmera filmaria. Depois de pronto, o modelo era constituído de três secções separadas, secções removíveis, permitindo ao pessoal da fotografia de miniaturas certa flexibilidade para capturar certos ângulos de câmera. Se era preciso filmar os módulos da tripulação de trás para frente, era possível tirar a cauda e colocar a câmera no lugar dela. Ao invés de tudo ser aparafusado junto, estas secções eram feitas de encaixes giratórios ( existiam pinos que deslizavam e travavam) o que fazia as rotações mais fáceis. "
Para filmar, a nave era montada num suporte de controle de movimento feito de tubos de 5 cm de diâmetro que se extendiam por 1,32 metros. A cauda, os painéis solares e as secções da cabeça foram construídos de forma que pudéssem girar, o que permitiu girar completamente a nave de cabeça para baixo e ainda continuar filmando. Em nenhum momento foi preciso tirar a nave e mudar o encaixe suporte, eles apenas giraram a nave. Ao invés de equipar o modelo com motores, certas partes que precisavam de articulação móvel foram modeladas digitalmente, animadas e então encaixadas digitalmente às cenas do modelo. Devido ao curto tempo de filmagem, não foi possível filmar todas as cenas com miniaturas. Assim, as cenas distantes da nave ou que tinham movimentos complicados foram feitas com um modelo em 3D por computação gráfica.O modelo computadorizado da Nightingale foi feito com base nos desenhos em AutoCAD criados pelo departamento de modelos da Digital Domain usados na construção da miniatura. O software 3D usado para modelar a nave foi o Alias Wavefront. Fotos foram tiradas da miniatura foram usadas para se criar as texturas do modelo em 3D, garantindo assim, uma combinação perfeita entre a miniatura e o modelo em 3D. Apesar da nave em 3D ser criada para as cenas distantes, ela foi usada também para algumas cenas em close-up, já que o modelo em 3D ficou muito fotorrealista. A colaboração entre miniatura e modelos em 3D se extenderam para a ciração de pré-visualizações de todas as cenas filmadas com miniaturas. Recriações digitais do set de filmagem de controle de movimento e mesmo dos equipamentos ou suportes foram usadas para visualizar todos os movimentos de câmera e da miniatura antes de filmae de verdade. Uma vez que este movimentos estavam aprovados, os dados da previsualização foram enviados diretamente para o equipamento de controle de movimento, que reencenaria os movimentos virtuais o mais precisamente possível. "Este processo nos permitiu filmar as miniaturas mais rapidamente"explica Kelly Port, o que era um ponto muito importante considerando-se o curto tempo disponível para filmagem.
Programar no computador de controle de movimento todos estes movimentos tomaria um tempo extra de 2 ou 3 dias por cena. Assim, fazendo esta previsualização e traduzindo tudo para o set de filmagem poupou muito tempo. Matthew Lamb modelou os vários elementos do set de filmagem usando o software 3D Houdini. Matthew traduziria todos estes dados de previsualização em controle de movimento e veria se funcionaria corretamente com a miniatura. Ele poderia ver se um certo movimento iria fazer a câmera quebraria na parede, por exemplo. Tudo podia ser alterado até que o movimento funcionasse e então, os dados de previsualização poderiam ser usados para dirigir o equipamento de controle de movimento. "Fomos além de só modelar o set de filmagem e o equipamento de controle de movimento", diz Jonathan Egstad. "Modelamos os suportes de movimentação dos modelos, o trilho no chão, o set de filmagem, a tela verde, onde a luz principal ficaria - ou seja tudo. Todos este fatores foram levados em conta. Uma cena pode ficar muito legal no computador; mas nós percebemos que no set de filmagem, a câmera iria através do telhado para fazer o mesmo movimento. Também existiam certas limitações para o movimento do modelo da Nightingale. Ela poderia dar uma guinada e ir para frente e para trás, mas era só. Ela não poderia rolar, todos estes movimentos tinham que ser feitos pela câmera. Estas restrições foram levadas em conta durante a previsualização". "A razão deste sistema não ter funcionado outras vezes foi porque não era levado em conta as milhares de variáveis envolvidas", diz Egstad, "tais como distorção da imagem pelas lentes da câmera e a imprecisão do sistema de controle de movimento, ou pequenas variações na trilha. Até a temperatura do set de filmagem levou a certas alterações que não contávamos. Desta vez, para o filme Supernova, nós medimos e medimos e medimos. Mas, mesmo com todo este rigor, nós ainda tinhamos problemas. No final tínhamos que admitir que isto nunca seria totalmente perfeito".


O filme True Lies conta as aventuras do agente secreto Harry Tasker, interpretado por Arnold Schwarzenegger, lutando contra uma gangue de terrorista que tenta destruir Miamy. O filme é repleto de efeitos especiais mas nenhum é tão espetacular quanto aquele em que Arnold pilota um avião a jato para socorrer sua filha do líder dos terroristas Aziz. O diretor James Cameron queria que o público acreditasse que Arnold estarva realmente pilotando o avião. Para isso, eles filmaram no topo de um edifício de 20 andares em Miamy. Para essas cenas do telhado foi construído um modelo de jato em escala 1:1 (tamanho real) com cerca de 15 metros de comprimento, utilizando paíneis de fibra de vidro sustentados por uma estrutura de aço. O supervisor de efeitos especiais, John Bruno, contou com a tecnologia de controle de movimento para os movimentos dinâmicos do avião. O coração de um sistema de controle de movimento é um computador que pode ser programado para controlar os movimentos de um tripé ou de uma câmera. Isto permite aos produtores, movimentos repetidos com controle completo e previsibilidade das ações. Em True Lies o computador controlou uma base hidráulica móvel de 9 toneladas, sobre o qual ficou apoiado o modelo de avião de 3,5 toneladas. A base móvel era capaz de se inclinar em até 60 graus em qualquer direção.
Como todos os movimentos da base móvel ficaram gravados no computador, uma seqüência de movimentos podia ser repetida com precisão. Uma grua (guindaste) foi colocada no telhado do prédio segurando uma câmera operada por controle remoto. O arranha-céu em Miamy não poderia ser utilizado para as cenas em que se precisava olhar para baixo do avião, porque assim o telhado apareceria na tela. Assim, eles levaram a base móvel e o modelo de avião para um angar de aeroporto em Los Angeles, onde foi colocada uma tela verde ao redor do avião e placas verdes tampando a base hidráulica. O processo de utilização de tela verde permite com que um objeto em primeiro plano seja combinado com uma outra imagem de em segundo plano. As cenas finais foram editadas nos computadores da Digital Domain. A tela verde foi substituída pelo horizonte de Miamy, fazendo parecer que o avião estava sobrevoando a cidade. No esquema abaixo você pode ver o sistema de controle em cima do teto do arranha-céu, usado para close-ups. Nos outros dois esquemas seguintes você pode ver o mesmo sistema dentro de um estúdio todo verde, usado para as cenas mais distantes do avião ou quando se precisa ver de cima do avião.


Para o filme Planeta Vermelho, nem todas as cenas foram feitas com movimento controlado para as miniaturas de naves. Em algumas cenas as miniaturas foram filmadas em uma única passagem colocando-se a câmera sobre um suporte dolly, ou seja, um carrinho com rodas sobre trilhos. É o chamado "feito à moda antiga". Eles colocaram marcadores nas paredes durante estas cenas de maneira que um céu estrelado digital pudesse ser colocado depois durante a pos-produção. O céu estrelado foi feito usando-se um plugin para o programa Lightwave 3D. Com este plugin é possível especificar que parte conhecida do universo você deseja criar um céu e ele gera detalhadamente as estrelas daquele ponto de vista. E você pode mudar a intensidade e cores das estrelas. Tendo assim, um céu estrelado realista.
Para uma miniatura poder convencer, não basta ter aparência e ser bem construída, é importante que ela "atue". Se uma cena exige um avião em miniatura voando, é importante que ele pareça estar realmente voando, caso contrário, não convencerá o expectador.
Existem inúmeras formas de se fazer um veículo em miniatura parecer que está se locomovendo. E é claro que não existe "a maneira certa" ou "a "única maneira". É importante que a escolha se baseie no contexto do roteiro e do planejado para a cena, além, é claro, de respeitar o orçamento do filme.
A seguir, você verá algumas formas muito usadas de se movimentar veículos em miniatura, como aviões/naves, helicópteros, automóveis, veículos aquáticos e trens/locomotivas. Como já dito, elas não são as "únicas maneiras", mas sim, as mais freqüentemente utilizadas.
Movimentação de Aviões/Naves
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Por Rádio-Controle - Nesta técnica, é usado o mesmo sistema usado para os aeromodelos. Movimentar miniaturas de aviões com controle remoto é muito usado principalmente quando se deseja filmar a distância. Fica bastante realista principalmente quando são miniaturas que se movem por turbinas, já que muitas vezes, a fumaça eliminada pelos aeromodelos a combustão criam um efeito um pouco falso e que pode condenar a pequena escala das miniatura
No filme Always, os aviões A-26 eram totalmente controlados por rádio-controle, até mesmo o trem de pouso retráctil.
No filme 007 - Golden Eye, os MIG-29's que aparecem no filme são miniaturas e foram controlados por controle remoto, muito semelhantes a aeromodelos.


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Por Sustentação Por Fios/Cabos - O sistema de sustentação por fios ou cabos consiste em pendurar a miniatura por fios finos mas resistentes e que suportem o peso da miniatura. Os fios tem que ser fixados em locais que garantam estabilidade à miniatura. Geralmente estes pontos de fixação são: em ambas as asas, na fuselagem e na cauda. Para movimentar a miniatura, normalmente a miniatura pendurada por fios é fixada numa grua (guindaste) ou mesmo numa carretilha (suporte com rodas e que desliza em trilhos) presa no teto do cenário. Como você pode notar, quando se usar a grua, a filmagem pode ser até em ambiente aberto, enquanto que com a carretilha, deve ser feita em ambiente fechado. Para a carretilha deslocar tanto pode ser por desnível como ser motorizada.
A técnica de movimentação de miniaturas de aeronaves por fios foi uma arte que foi desenvolvida pela Republic Pictures dos irmãos Howard e Theodore Lydecker para filmes de guerra dos anos 40. Em filmes como Flying Tigers foram usadas miniaturas movimentadas usando-se esta técnica.
Abaixo você pode ver um esquema deste sistema. Note que os fios estão representados mais curtos e mais grossos, mas na realidade, eles são mais finos mais compridos. Lembre-se que a carretilha pode se deslocar tanto por desnível (os dois fios presos em torres de alturas diferentes) como por motores, ou seja, a carretilha tem motores que permite deloca-la sozinha.

No filme Always, algumas miniaturas foram movimentadas usando-se o sistema por suspensão por cabos. Na foto abaixo, você pode ver um mini-avião sustentado por uma carretilha que se desloca. A carretilha usada é motorizada.

Para o filme Duro de Matar 2, os artistas da ILM usaram miniaturas de aviões suspensos por fios. Usaram gruas (guindastes) de 7 metros de altura para pendurar as luzes, as câmeras de controle de movimento e as miniaturas. Os aviões em miniaturas eram suspensos por fios presos nas duas asas, no nariz e na cauda do avião. Eram capazes de inclinar-se para os lados embicar para cima ou para baixo, tudo controlado por controle remoto.

Para uma das cenas de Duro de Matar 2, um avião DC-8 cai e derrapa em uma pista. Para isto, uma miniatura foi suspensa por 2 cabos, presos entre um guindaste e o chão. Um terceiro cabo seria preso a cauda para controlar a inclinação (para cima ou para baixo) e um quarto cabo foi preso do nariz do avião a um rabicho da carroceria de uma caminhonete para ser puxado a 64 Km/h.
Esse sistema de sustentação por cabos também foi usado para movimentar as naves futuristas que apareceram em algumas cenas do filme Exterminador do Futuro de 1984, durante as lembranças do soldado enviado por John Connor.
Para o filme A Rede, a cena em que o avião Cessna 172 colide com chaminés foi obtida com miniaturas. Para isso o avião foi suspenso a uma altura de 7 metros por meio de 3 linhas. Eles instalaram ganchos aparafusados nas 2 asas e na cauda do avião. Antes de pendurar o avião nos fios eles testam a resistência dos ganchos através de um dinanômetro (aparelho para medir forças). O teste revela que cada gancho suporta 9 Kg de peso, juntos suportam 27 Kg, mais que o suficiente para os 11 Kg de peso do avião. Isto dá uma margem extra, compensando as rajadas de vento durante as filmagens. O modelo é suspenso 7 metros do solo pro um trole (tipo de suporte) que desliza em 2 cabos de 27 metros de comprimento. Estes cabos estão conectados entre 2 gruas (guindastes), sendo uma mais alta que a outra para permitir que o avião possa deslizar nesses cabos. O trole permite inclinar o avião para esquerda e direita, usando controle remoto.
Numa das cenas da série Da Terra à Lua foi preciso recriar a queda do veículo de lunissagem (LLTV) pilotado por Neil Armstrong. Para isso Ernest Farino (supervisor de efeitos especiais) usou um miniatura em escala de 1:4 do LLTV para reproduzir a queda com explosão. Assim, Farino deslizou o LLTV num sistema de trole com roldanas para deslizar num fio esticado entre uma torre e o chão.
Em uma das cenas do filme Con Air, um avião C-123 desgovernado faz uma razante e colide com um painel de neon do famoso Hard Rock Cafe. Para realizar esta cena, David Goldberg da DreamQuest optou por usar miniaturas. Para que colidisse de acordo com o roteiro, era preciso ter controle sobre a colisão, por isso, optaram por suspensão por fios. Uma miniatura de C-123 na escala 1:5 foi usada para colidir. Ela deslizou em 150 metros de cabos a 60 Km/h. O mini-avião era preso por 8 fios a 4 locais de numa moldura de aço, formando uma formação triangular, aumentando a estabilidade. Esta moldura deslizava por suas roldanas em 2 fios esticados entre 2 torres, sendo uma delas mais alta que outra para que o avião deslize pela ação da gravidade. O resultado final foi uma tomada extremamente realista.
Movimentação de Carros
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Por Rádio Controle - Nesta técnica, é usado o mesmo sistema do automodelismo. Normalmente os tipos mais usados são os elétricos, pois aqueles a combustão liberam fumaça que pode trair as dimensões da miniatura.
Para o filme Aliens - O Resgate foi usada uma miniatura de carro para representar o automóvel (APC - Armored Personal Carrier) que transportava os mariners. Esta miniatura tinha 1,5 metros de comprimento e era controlada por controle remoto. Mas para algumas cenas em que era preciso mais velocidade, eles usaram um plano inclinado. A miniatura era colocada no alto deste plano inclinado e a câmera na parte mais baixa. O carro era solto e se aproximava rapidamente da câmera dando um efeito muito interessante.
Esse sistema de movimentação por rádio-controle para carros também foi usado para movimentar os tanques robóticos que apareceram em algumas cenas do filme Exterminador do Futuro de 1984, durante as lembranças do soldado enviado por John Connor.
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Por Tração Com Fios - Nesta técnica os mini-carros são puxados por fios, que geralmente são acionados por motor. É muito usado para cenas em que os mini-carros são filmados a distância. A vantagem é que é necessário apenas um motor para movimentar uma ou mais miniaturas de carros, podendo ir para frente ou para trás. A desvantagem é os mini-carros só podem se movimentar em linha reta.
Para uma das cenas do filme Apollo 13, o astronauta Jim Lovell, interpretado por Tom Hanks, acompanha um senador e sua comitiva numa visita a VAB ou Unidade de Montagem de Foguetes da NASA, onde estava sendo montado o foguete Saturno V. O diretor Ron Howard concluiu que seria impossível filmar nesta enorme unidade de montagem, o que precisaria de uma iluminação suficiente para uma pequena cidade. Para isso, o supervisor de efeitos visuais, Rob Legato da Digital Domain, sugeriu filmar os atores contra um fundo verde de depois retirar este fundo colocando cenas de uma miniatura desta unidade de montagem. Para criar esta miniatura, os modeladores da Digital Domain tiraram várias fotos do cenário real como referência. O cenário é projetado na escala 1:24, tinha quase 4 metros de altura, 4,5 metros de largura e 6 metros de profundidade. Oito modeladores levaram mais de 1.500 horas para construir e finalizar este cenário. Para movimentar as empilhadeiras em miniatura que aparecessem no mini-cenário, os modeladores da Digital Domain usaram fios de tração. As empilhadeiras eram presas pela parte de baixo de seu chassi a fios finos que eram puxados por um motor a pequena velocidade. Este tipo de movimentação tem a vantagem de exigir apenas um motor e não precisar se preocupar em controlar a direção da miniatura, pois ela seguirá o trajeto do fio. A desvantagem é que a miniatura deve se mover somente em linha reta. Outra desvantagem é que para o fio não ser visto, ela tem que ser filmada um pouco de longe.


Para uma das cenas iniciais do filme Morrendo e Aprendendo, um ônibus de passageiros derrapa e cai de uma ponte. Para isso construíram uma miniatura da ponte e prédios ao redor e do ônibus. A ponte tinha uma mureta que deveria se romper com o impacto com o ônibus. Ela foi feita de um material semelhante a isopor, chamado de espuma de uretano e não era colada na ponte, justamente para se soltar com o impacto. Para dar mais violência à cena eles polvilharam pó de giz sobre os pés desta muretinha, dessa forma, ao colidir levantaria uma nuvem de poeira. Os prédios ao redor tinham apenas a frente eram feitos de madeira compensada. O ônibus foi construído na escala de 1:8. Durante a derrapagem o ônibus tinha que emitir fagulhas elétricas como se tivesse arrancando fios elétricos e provocando essas fagulhas. Para produzir esta faíscas, eles usaram um tubo de metal em contato com um esmeril elétrico (aparelho elétrico para limar metal usado por serralheiros). Para que o ônibus derrapasse conforme o programado foi preciso criar um sistema de tração para o ônibus.
O ônibus seria apoiado em uma chapa que correria sobre um trilho. Essa chapa seria arrastada por um cabo de tração acionado pelo peso de um conjunto de sacos de areia, formando uma reação em cadeia. Assim, a chapa com o ônibus em cima deslizaria e quando chegasse perto da mureta, essa pararia devido a um anteparo, mas o ônibus continuaria a se deslocar, já que não estava preso e sim só apoiado nessa chapa.


Movimentação de Veículos Aquáticos
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Por Rádio-Controle - Nesta técnica é usada a mesma técnica do nautimodelismo. São basicamente muito semelhantes aos modelos de navios e barcos de controle remoto.
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Por Tração com Fios - Esta técnica permite com que as miniaturas sejam filmadas em rios e mares de verdade, sendo arrastadas por um fio por um barco de verdade. O fio é preso na parte debaixo do mini-barco ou mini-submarino.
No filme O Barco Inferno no Mar, para as cenas em que o submarino pareceria na superfície d'água, foi usado uma miniatura arrastada por um barco.


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Por Sustentação Por Fios - Esta técnica é muito utilizada para miniaturas de submarinos. Eles são suspensos por finos fios presos no casco da miniatura de forma a dar estabilidade. Geralmente as miniaturas suspensas por fios são movimentadas por suportes motorizados. É muito semelhante ao usado para aviões.
No filme Caçada ao Outubro Vermelho, para representar os submarinos foram usadas miniaturas suspensas por fios. Com relação ao dispositivo para suspender os submarinos, precisava não somente de controle para deslocá-los e movimentá-los lateralmente e ao mesmo tempo manter em equilíbrio. O sistema de suspensão deste filme foi criado na ILM por Tad Krzanowski. Este sistema exigia 4 pontos de fixação para os submarinos, cada qual com 3 fios, formando um padrão triangular para manter os modelos estáveis. Os fios foram encaixados dentro dos modelos através de pequenos buracos que tinham pinos de engate e que eram aparafusados. Estes fios eram presos a uma estrutura de alumínio em forma de estrela. Esta estrela era movimentada por um tipo de carretilha ou carrinho em um trilho preso no teto do cenário. Esta estrela era motorizada e era capaz de movimentos de inclinação lateral e frontal/traseira. Na primeira foto, você pode ver o cenário de filmagem e a miniatura de submarino suspensa por fios através de um suporte. As rochas são de borracha de látex apoiadas em madeira. Na segunda foto, você pode ver o suporte em forma de estrela acima do mini-submarino.



Movimentação de Trens e Locomotivas
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Por Tração com Fios - Nesta técnica, as miniaturas de trens são puxadas por fios, geralmente acionados por motores. Os fios são presos na miniatura. É um sistema muito útil para trens e locomotivas, já que eles se movem apenas em linha reta.
No filme Força em Alerta 2, um trem de passageiros colide de frente com um trem de carga com 3 milhões de litros de gasolina. Sabendo dos riscos de segurança de um acidente desta magnitude, supervisor de efeitos visuais, Richard Yurichi, decide realizar a cena com miniaturas. Para isso contrata Robert Wilcox e Tad Krzanowski da WKR Productions. Para mover os trens, Wilcox criou um sistema de cabos de tração controlado por computador e preso nos trens, gerando até 35 Hp de potência. Esse sistema foi útil para permitir saber exatamente quando os trens iriam colidir. No programa de computador é possível digitar a distância que quer cobrir, adistância que qer acelerar e a velocidade. No esquema abaixo você pode ver o motor que puxa o fios entre duas roldanas. A miniatura está presa no fio, se movendo junto com ele.


No filme Fim dos Dias, em uma das cenas, um dos vagões de metrô explode num túnel de mertô em Nova Iorque. Para obter esta cena, o diretor Peter Hyams contou com a supervisão de efeitos visuais de Eric Durst. Foram construídas miniaturas do túnel e dos vagões de metrô. Eric contratou John Stirber da Stirber Visual Network para construir as miniaturas em escala 1:8. Estes vagões seriam movimentados a tração por fios nos 36 metros de trilhos do mini-cenário. Eles seriam filmados por uma câmera pequena em um carrinho que seguia atrás e atrelada ao vagão. Tanto a câmera como o trem eram puxados por um fio escondido sob os trilhos. Quando o roteiro exigia que os vagões fossem filmados de lado, eles retiravam uma das laterias do mini-túnel. Quando precisava filmar de frente voltava a parede para o devido lugar.