top of page

Fotografia de Cenários

 

O mais importante quando se deseja filmar miniaturas é criar uma cena em que elas não sejam notadas. Um filme em que se usa miniaturas é bem sucedido quando o público o assiste e pergunta: Qual miniatura? Aquilo não era de verdade? Para isso, a miniatura tem que ser apropriadamente detalhada. Mas não parecerá boa se não for bem fotografada. Existem vários elementos que contribuem para o sucesso de uma fotografia de miniatura.

 

Abaixo você poderá ver alguns truques usados para dar mais realismo às miniaturas de cenários.

 

Miniaturas de cenário e imagem de fundo

Geralmente quando se filma ou fotografa miniaturas de cenários, é colocado um fundo atrás do mini-cenário para expandir a sensação de profundidade e dar mais realismo. Esse fundo pode ser tanto uma tela iluminada, uma pintura (Matte Painting) ou mesmo um céu de verdade. Quando o fundo é uma tela iluminada ou mesmo pintada, a fotografia da miniatura pode ser dentro ou fora de um estúdio. Mas quando é desejado filmar um céu de verdade atrás da miniatura, por motivos óbvios, a filmagem em estúdio não é possível.

 

  • Mini-cenário com fundo iluminado

A tela de fundo poderá ser somente uma tela em uma só cor e iluminada igualmente ou poderá ter cores diferentes e iluminação com cores também diferentes sobre ela. As fotos abaixo mostram a montagem de um mini-cenário para o filme E.T. O Extra-Terrestre. Note na primeira foto que foi colocada uma atrás do mini-cenário. A tela de fundo está sendo iluminada por trás e pela frente com cores diferentes para representar um céu. Na foto da direita você pode notar o impressionante efeito de entardecer que foi obtido sobre a tela.

É claro que nesta modalidade de imagem de fundo, a tela também pode ser pintada para imitar um céu, mas é importante observar que, de qualquer forma, a iluminação usada (se é uma ou mais cores) tem papel igualmente importante, pois contribui muito para o resultado final, ou seja, ajuda a imitar entardecer, amanhecer, etc. Assim, a iluminação tem papel principal e a pintura tem papel secundário.

 

  • Mini-cenário com fundo pintado

Um outro tipo de fundo também muito usado é o fundo pintado. Neste tipo, a maior parte do resultado final é obtido pela pintura, ou seja, as cores e a imagem de fundo são obtidas principalmente por uma tela pintada, e a iluminação adquire papel secundário.

 

As fotos abaixo mostram a montagem de um mini-cenário para o filme E.T. O Extra-Terrestre. A primeira foto mostra a tela pintada, neste caso a pintura foi feita numa placa de vidro. As vantagens de usar o vidro neste caso são: 1) o vidro tem uma superfície muito plana e lisa, o que é importante pois se não fosse, as luzes mostrariam as irregularidades da superfície, estragando o efeito; 2) como o vidro é transparente, ele também pode ser iluminado por trás. Veja que as luzes da cidade nesta pintura foram feitas raspando-se a tinta sobre o vidro e iluminando por trás, dando um efeito muito mais realista.

 

Na foto abaixo você pode notar a preparação da cena. Veja que a tela pintada está mais distante da câmera e que foram colocadas plataformas (como uma mesa por exemplo) com folhagens e diversas outras plantas.

 

Na foto seguinte o boneco do E.T. está sendo colocado para ser filmado. Veja a tela pintada ao fundo e as folhagens na frente dela

 

Na próxima foto você pode conferir o resultado final.

  • Mini-cenário com fundo real e atmosfera aparente

Um outro tipo de imagem e que com certeza confere melhor resultado é usar um céu de verdade. Neste caso a miniatura tem que ser obrigatoriamente filmada fora do estúdio, em ambiente aberto. Geralmente o mini-cenário é colocado sobre uma plataforma elevada (como uma mesa) para que a câmera focalize apenas a miniatura e o céu de verdade. Esta técnica de construir miniaturas de cenário elevadas torna a cena mais realista, já que assim não será filmado nenhum objeto que condene a pequena escala da miniatura.

 

No filme Asteróide o planeta Terra é bombardeado por asteróides que foram deslocados de um campo de asteróides. Em uma das cenas, um caminhão-tanque é atingido por um fragmento de asteróide numa auto-estrada. Para isso a Stargate Effectsutilizou miniaturas. A miniatura da auto-estrada foi construída sobre uma plataforma de aproximadamente 80 cm de altura (semelhante a uma mesa). Abaixo você pode ver uma foto da miniatura da auto-estrada. Observe que ela está elevada para que durante a filmagem a câmera não filme o chão de verdade, permitindo captar apenas a miniatura, o cenário de fundo e o céu. Note que as laterais da mini-estrada tem os contornos escondidos com mini-arbustos, isto facilita a integração com o cenário de fundo.

Geralmente quando se filma uma miniatura em ambiente aberto, são usados alguns truques interessantes para imitar a realidade.

 

Um detalhe muito importante é a Atmosfera Aparente. Uma montanha a quilômetros de distância irá parecer mais esbranquiçada, esfumaçada e embaçada do que uma montanha vista mais de perto. Se fosse feita uma miniatura dessa montanha e ela fosse filmada sem essa atmosfera aparente, ela iria parecer falsa. Por isso, é que a difusão é quase sempre usada para simular Atmosfera Aparente em algumas filmagens de cenários em miniaturas.

 

Para criar a atmosfera aparente, os artistas de efeitos especiais usam alguns truques surpreendetemente simples.

 

Um dos métodos mais usados é colocar um tecido semi-transparente ou renda entre a miniatura e a câmera, para simular a atmosfera aparente. O tecido geralmente usado é o mesmo para se fazer o véu das noivas, conhecido como tule ou filó. Este tecido também é usado para se fazer os "mosquiteiros" de berços. Comumente, a tule ou filó é colocada em uma armação ou moldura, como num quadro. Com toda certeza, é um material simples e encontrado em qualquer lugar.

 

Outra técnica também usada é a fumaça. Ela é usada também como recurso para criar atmosfera aparente, para separar objetos.

 

Tanto a fumaça como o filó adicionam difusão à miniatura, dando idéia de distância.

Para o filme Império Contra-Ataca, telas de filó foram usadas para separar as miniaturas. A miniatura mais perto da câmera não tinha tela de filó antes, a segunda tinha uma, a terceira tinha outra.

Uma outra forma de dar essa difusão ou atmosfera aparente seria usar filtros para as lentes da câmera.

 

O esquema abaixo mostra como geralmente são usadas as telas de tule. Veja que as miniaturas foram montadas sobre plataformas ou mesas. Note que entre cada mesa corresponde a um plano diferente, ou seja, a primeira mesa é o primeiro plano,a segunda é o segundo plano e a tela pintada é o plano de fundo. Entre cada mesa foi colocada uma moldura com a tule (tela de tule), para "esfumaçar", dando idéia que estão mais distantes.

No filme O Sombra, Alec Baldwin (o Sombra) visita um palácio místico no Tibete, chamado Tulku. Para essa cena em que ele vê ao longe o palácio foram usadas miniaturas criadas pela Matte World Digital. Depois que é feito um desenho de projeto da cena, especificando o que se deseja, eles contrataram Greg Jein para confeccionar as miniaturas. Greg constrói uma miniatura constituída de módulos separados de montanhas, casas e do palácio. As 14 casas tibetanas que estão na montanha são construídas de chapa fina de metal e tem só as paredes da frente dos lados, ou seja, é oca e não tem a parte de trás. Sobre esta chapa de metal eles constróem detalhes de paredes, janelas e telhados. Estes telhados são feitos de material emborrachado fino e tem os detalhes de telha e que são comumente usados também em projetos de maquetes de arquitetura. Depois recebem pintura e acabamento envelhecido.Têmpera em pó simula solo tibetano. Toda a paisagem é constituída de 5 módulos ou plataformas de madeira com rodinhas. Cada módulo representa um trecho da paisagem: o primeiro módulo tem o chão com a tenda da frente; o segundo módulo tem a montanha com a serpente; o terceiro módulo tem montanha com casas; o quarto e quinto módulos tem mais montanhas.

Todos estes módulos foram filmados ao ar livre no estacionamento da Matte World Digital. Assim, as nuvens que aparecem são reais, realçando o realismo da cena. Entre cada um desses módulos (plataformas de madeira com rodinhas) são colocadas telas feitas com tule ou filó branco (um tipo de tecido usado para véus de noivas ou para mosquiteiro de berço de bebês). Estas telas fornecem o efeito de atmosfera aparente ou névoa numa cena panorâmica real. Este efeito aumenta ilusão de distância num cenário em miniatura. Posteriormente, o ator Alec Baldwin é filmado contra um fundo verde que será depois removido e colocado a tomada da miniatura. Na primeira figura abaixo, você pode ver um esquema de como era cada uma das partes do castelo. Observe que são ocas e tem um estrutura interna de lata fina, possivelmente folha fina de aço. Na figura seguinte, note como foi montada a cena com as miniaturas do cenário. Na próxima foto você pode ver o artista de matte paintings, Chris Evans, pintando com tinta dourada uma parte do palácio. Na foto ao lado está o ator Alec Baldwin sendo filmado contra um fundo verde. Na foto seguinte você pode comprovar o resultado final. Veja como as partes do mini-cenário que estão mais distantes também estão mais "esfumaçadas".

Iluminação diferenciada

 

Um outro truque que é utilizado para dar noção de grande distância e grande tamanho a um miniatura de cenário é diferenciar a quantidade de luz que atinge a miniatura. Geralmente, usam-se biombos ou placas para que um trecho da miniatura receba mais luz e a outra fique um pouco mais na sombra.

 

A foto abaixo mostra os animadores Phill Tippet e John Berg animando os andarilhos imperiais para o filmeImpério Contra-Ataca. Note que a parte do cenário em que está Phill Tippet (mais ao fundo) tem mais iluminação do que a parte da frente do mini-cenário em que está John Berg. Veja que este efeito confere bons resultados, pois se você observar bem a imagem, as duas miniaturas de andarilhos parecem estar a centenas de metros de distância, só que na verdade, estão a poucos metros uma da outra.

Perspectiva Forçada

 

Perspectiva forçada é uma técnica de fotografia usada para dar a idéia de falso tamanho de um objeto. É muito usada nos filmes em que aparecem gigantes ou pessoas de poucos centímetros de altura.

A técnica de perspectiva forçada explora o fato que a câmera tem somente um "olho", e portanto, não consegue captar a percepção de profundidade. Como os nossos olhos interpretam o tamanho dos objetos a partir da distância aparente de nós, isto pode ser usado para enganar nossos olhos com objetos de tamanhos incomuns.

 

A perspectiva forçada é usada principalmente em duas situações:

 

  • Para fazer parecer que um objeto é maior que outro - é usada principalmente nas cenas que precisam fazer parecer que uma pessoa é gigante, por exemplo. Desta forma, esta pessoa é colocada mais perto da câmera para parecer que é maior.

 

  • Para fazer parecer que um objeto está muito distante ou é muito comprido - consiste em fazer objetos de tamanhos diferentes e colocar os maiores mais perto da câmera e os menores mais distantes. Tente imaginar uma rua com postes de luz. Se fossemos construir uma miniatura desta rua e desejássemos que ela parecesse muito comprida, bastaria construir postes de alturas diferentes e colocarmos os maiores mais perto da câmera e os menores mais distantes. Assim, estaríamos "forçando a perspectiva", enganando nossos olhos, pois daria a ilusão que a rua é muito mais comprida do que realmente é.

 

Abaixo você pode ver um excelente exemplo de uso da perspectiva forçada em miniaturas de cenário.

 

No filme 15 Metros de Mulher, Daryl Hannah interpreta Nancy,uma mulher que cresce até a altura de 15 metros. Para que a interação com objetos fosse perfeita, eles deviam ser construídos em miniatura. Gene Warren Jr. e sua equipe da Fantasy II criam várias miniaturas de casas, carros e de todos os objetos com que a gigante deveria entrar em contato. Para a cena final em que Nancy agora com 21 metros vai atrás de seu marido enganador, toda a cidade foi construída em miniatura, tendo como referência prédios reais. Centenas de árvores, luzes, postes de telefone e carros foram criados. Toda a mini-cidade foi montada dentro do estúdio da Fantasy II e cada quarteirão media 10 metros de comprimento por 6 metros de largura. Segundo Gene, "como juntar todas essas coisas, incluindo o que está mais atrás, ou seja o deserto, as montanhas, o horizonte e o céu noturno dentro de um espaço limitado? Para isso tivemos de elevar o deserto para forçar a perspectiva". Para forçar a perspectiva, além de elevar as bordas do deserto, foram feitos milhares de cactos e arbustos em 3 tamanhos diferentes, os maiores são colocados mais perto da câmera, os de tamanho intermediário ficavam no meio e os menores mais distantes. Com isso, o horizonte parece se estender por quilômetros, mas todo o cenário do deserto tem apenas 3 metros de comprimento. O deserto estava montado sobre uma plataforma base (tipo mesa) de madeira compensada e tinha areia por cima. Atrás do deserto elevado tinha uma pintura de montanhas, em forma de silhueta, ou seja, recortada no contorno externo. Os arburstos e cactos em miniatura eram apoiados numa chapinha fina de madeira, assim, bastava colocá-los no deserto e polvilhar areia por cima para tampar 

Fotografia de Veículos em Miniatura

 

Velocidade de Câmera

 

A película de cinema (ou seja o filme) é constituída de uma série de fotos (quadros ou frames) em seqüência, e que quando projetados, dão a idéia de movimento. Esse filme é projetado no cinema a uma velocidade constante de 24 quadros por segundo. Se filmarmos uma cena com 10 segundos de duração a 48 quadros por segundo, quando projetarmos no projetor de filmes, como é projetado a 24 quadros por segundo, levará 20 segundos para ser projetada. Caso se desejasse o efeito contrário, deve-se filmar mais lentamente, por exemplo a 8 quadros por segundo, e quando formos projetar ficará agora 3 vezes mais rápido. Em fotografia de miniatura, altas velocidades de filmagem são muito usadas para que a miniatura tenha a aparência de mais massa (mais peso) e portanto mais tamanho. Muitas cenas com explosão são filmadas a mais 100 quadros por segundo ou 250 quadros por segundo. Em qualquer tomada com miniatura o desafio reside na integração com as cenas ao vivo, para que se integrem imperceptivelmente. O objetivo é fazer com que a miniatura pareça grande e dê a ilusão de massa maior. E isso é obtido quando se roda o filme da câmera mais rápido que o usual de 24 quadros por segundo. Existe uma fórmula que determina a velocidade da câmera baseado na escala do modelo, mas nem sempre isto é satisafatório, por isso são feitos testes antes da filmagem.

Para saber qual velocidade da câmera apropriada para dar a miniatura em movimento a massa aparente apropriada, usa-se a seguinte fórmula:

 

Fórmula Para Determinar a Velocidade de Câmera Apropriada Quando Filmar com Miniaturas

Observe que basta que o tamanho da miniatura (t) e do objeto real (T) estejam na mesma unidade, ou seja, os dois tamanhos em metros, ou os dois em centímetros, etc. Vamos considerar um exemplo: um objeto real de 8 metros e a miniatura deste objeto mas com tamanho de 2 metros. Assim, colocando os valores na fórmula, a velocidade será de 48 quadros por segundo. Desta forma, como a velocidade de projeção no cinema é de 24 quadros por segundo, a cena demorará o dobro do tempo gasto para filmar. Com essa velocidade, a cena dará impressão de maior massa (peso) à miniatura, ficando, portanto, mais realista.

Mas na realidade esta fórmula é apenas um ponto de partida. Ou seja, ela apenas dá uma noção da velocidade de câmera mais apropriada. Muitas vezes, é preciso fazer testes, usando valores maiores ou menores que o determinado pela fórmula. Mas existe um agravante. Quanto mais rápido a câmera funciona, mais luz é necessária para expor o filme. Para uma cena do filme Dragon Slayer que foi filmada a 250 quadros por segundo, foi preciso mais que 10 vezes a quantidade de luz que seria preciso para filmar a velocidade normal de 24 quadros por segundo. Algumas vezes é preciso de luzes tão intensas e quentes que as miniaturas de plástico chegam a derreter!

 

 

Truques com Miniatura

 

 

No filme Always, em uma das cenas, um avião deveria sair de uma cortina de fumaça e se dirigir de frente para a câmera, colidindo com a câmera. Isto foi feito usando-se um espelho em ângulo de 45 graus entre a miniatura e a câmera. Na primeira foto abaixo, você pode notar a miniatura do avião suspensa por fios, o diretor Joe Johnston ajustando a câmera para que focalize o espelho que está a 45 graus com a miniatura e com a câmera. Na segunda foto, você pode ver a imagem refletida da miniatura no espelho. Na terceira foto, está a cena pronta, ou seja, o avião colidindo com o espelho. Este truque dá a impressão que é o avião que colide com a câmera, mas na verdade, ele colide é com o espelho. Isto é interessante, pois é um truque simples e bastante econômico.

Para uma das cenas do filme Aliens - O Resgate, a nave Drogship cai sobre a superfície do planeta alienígena. Para isso usaram miniaturas. Mas para passar a sensação de peso, os artistas da Forward Productions cobriram o set da superfície em miniatura do planeta com cinza, pó de giz e várias partículas finas para que quando a miniatura da nave colidisse com a superfície, levantasse uma grande poeira, jogando resíduos em direção à câmera. Este truque simples aumentou a violência da colisão em miniatura, dando a idéia de um objeto de grande peso.

 

O mesmo truque foi feito para o filme Força em Alerta 2. Durante a colisão das duas locomotivas em miniatura, os artistas de efeitos especiais polvilharam um pó fino de barro (parecido com pó de giz) sobre certos trechos das locomotivas e dos vagões para que, ao colidirem, levantem uma pequena nuvem de poeira. Este truque ajuda a acentuar a violência da colisão.

 

Para uma das cenas iniciais do filme Morrendo e Aprendendo, um ônibus de passageiros derrapa e cai de uma ponte. Para isso construiram uma miniatura da ponte e prédios ao redor e do ônibus. A ponte tinha uma mureta que deveria se romper com o impacto com o ônibus. Ela foi feita de um material semelhante a isopor, chamado de espuma de uretano e não era colada na ponte, justamente para se soltar com o impacto. Para dar mais violência à cena eles polvilharam pó de giz sobre os pés desta muretinha, dessa forma, ao colidir levantaria uma nuvem de poeira. Os prédios ao redor tinham apenas a frente eram feitos de madeira compesada. Durante a derrapagem o ônibus tinha que emitir fagulhas elétricas como se tivesse arrancando fios elétricos e provocando essas fagulhas. Para produzir esta faíscas, eles usaram um tubo de metal em contato com um esmeril elétrico (aparelho elétrico para limar metal usado por serralheiros).

 

 

Para as cenas de guerra aérea entre os MiGs e F-14 do filme Top Gun, Gary Gutierrez da Colossal Pictures queria simular tremor às cenas de miniaturas dos aviões, principalmente quando os aviões atiraravam. Para isso, colocou a câmera sobre uma base de madeira. Embaixo desta base de madeira estava fixada uma furadeira elétrica de mão. Na broca desta furadeira estava conectado um disco de madeira, mas a broca estava fora do centro deste disco. Assim, quando a furadeira era ligada, a furadeira tremia toda e por conseqüência, toda a base com a câmera também tremia, fornecendo um efeito muito interessante.

 

Ainda a respeito de Top Gun, como parte das cenas era filmada com miniaturas de avião a quase 2 metros de distância da câmera, a noção de grande distância era obtida através de fumaça de vapor de óleo mineral jogado atrás das pás de grandes ventiladores, afim de espalhá-las.

 

Para o filme Independence Day, uma das cenas mais marcantes foram aquelas em que a gigantesca explosão causada pelo raio destruidor dos alienígenas avança pelas ruas, arremeçando os carros, engolindo tudo. Para esse efeito foram usadas miniaturas. Esse efeito dos carros sendo arremeçados foi feito usando miniaturas de carros em frente a um fundo verde. Para os carros que deviam aparecer mais ao fundo, foram usadas miniaturas menores e que eram arremeçados no ar através de canhões de jogavam jatos fortes de ar por debaixo dos carros. Além disso, estes carros em miniatura tinha as portas e outras partes soltas para que ao serem arremeçados, voassem partes pelo ar. Isto dava ilusão de grande violência à cena. Para os carros que deviam aparecer mais a frente, foram usadas miniaturas um pouco maiores que as anteriores. Assim, não foi mais possível arremeçar os carros com jatos de ar. Dessa vez eles foram puxados com finos fios. Da mesma forma, eles tinham portas, porta-malas, capôs e várias peças todas soltas, de forma que quando fossem arremessados, voassem partes para todos os lados, conferindo grande violência à cena. Depois o fundo verde seria substituído em computador pela cena da explosão.

 

Para o filme Na Roda da Fortuna, o supervisor de modelos, Mark Stetson, coordenou uma equipe de 31 modeladores para criar um visão estilizada da Nova Iorque de 1958 usando miniatura da cidade, construída na escala 1:24. A altura dos prédios variou entre 3 a 12 metros. Como essas miniaturas seriam vistas quando o ator Tim Robins cairia em queda livre, a equipe optou por colocar os prédios horizontalmente (ou seja deitados) ao invés da vertical (em pé). Segundo o modelador Ian Hunter (modelista chefe) "é muito mais fácil colocar os prédios deitados e fazer a câmera correr de um lado para outro do estúdio, simulando uma queda vertical, do que colocar um prédio de 12 metros em pé e pendurar a câmera fazendo-a descer".

 

No filme Exterminador do Futuro de 1984, as cenas que mostravam as batalhas futuristas numa Terra devastada pela Guerra Nuclear foram obtidas com o uso de miniaturas. Para que os tanques robóticos e naves futuristas filmadas com miniaturas paressem estar num cenário sombrio, foi usado muito gelo seco para esfumaçar o ambiente além de uma iluminação tênue azulada.

 

O curta-metragem Trinity é sobre uma missão de um avião B-29 que carrega uma bomba atômica. Este curta foi feito por estudantes daGraduate Film Conservatory da Universidade da Flórida, sob a supervisão do respeitado Dr. Raymond Fielding. Nesse curta, a ênfase foi nos efeitos visuais. A ação foi feita de 3 formas básicas:

 

1) O interior da fuselagem do avião foi construído em madeira dentro de um estúdio para filmagem da tripulação dentro do avião.

2) As tomadas dentro da cabine de controle do avião foram feitas num avião de verdade, só que parado em terra.

3) Uma miniatura de avião B-29 foi usada para as cenas em que o o avião era mostrado em cenas como o acidente aéreo.

 

A fumaça do motor defeituoso foi obtida através de fumaça de cigarro que era assoprada por uma pessoa através de um tubinho até a asa. As cenas do pouso forçado e da tempestade de areia foram feitas com a miniatura, do tamanho destas que são compradas na forma de Kits de montagem. Para fazer a tempestade de areia, eles peneiraram areia e usaram um ventilador para espalhar a areia peneirada.

Forma Alternativa de Fotografar Miniaturas

 

Nem sempre é preciso usar formas muito tecnológicas para se filmar miniaturas. Às vezes, técnicas simples e até razoavelmente baratas fornecem resultados impressionantes. Abaixo, você pode encontrar dois exemplos.

No filme Always, em uma das cenas aparece um desfiladeiro e uma floresta queimando em chamas. Para isso, foi usado um cenário em miniatura de floresta. Para filmar esta miniatura, os artistas da ILM colocaram a câmera sobre a carroceria de uma caminhonete Ford ano 1958.

Para o filme Guerra nas Estrelas, durante o ataque rebelde à Estrela da Morte, os artistas da ILM usaram miniaturas para simular a superfície da Estrela da Morte. Para simular o ponto de vista dos pilotos das naves passando pelas explosões do ataque rebelde, os artistas da ILM colocaram a câmera sobre a carroceria da caminhonete de um dos modeladores da ILM, Steve Gawley.

 

Na foto abaixo você pode ver que a miniatura que simula a superfície da Estrela da Morte foi montada sobre uma plataforma de madeira (semelhante a uma mesa). Observe que a miniatura foi simulada através de vários blocos pequenos e colocados lado a lado. Veja que a caminhonete de Steve (com a câmera na carroceria) está passando ao lado da plataforma enquanto ocorre uma mini-explosão. Isto foi feito para simular o ponto de vista do piloto, como se ele estivesse vendo esta explosão.

Fotografia Aquática de Miniatura

 

A fotografia aquática de miniaturas envolve principalmente as miniaturas de navios e de submarinos. A filmagem de miniaturas sobre a água muitas vezes exige certos artifícios para que a pequena escala da miniatura não seja revelada. Miniaturas muito pequenas podem parecer desproporcionais em relação às ondas que são formadas na água. Por isso, elas não podem ser muito pequenas, devem ser o maior possível, normalmente a escala utilizada é de 1:4. É sempre melhor filmar com um modelo grande do que com um pequeno. Navios grandes tem melhor relação com a escala da onda e é melhor manobrado na água. Outro ponto interessante é que geralmente é mais fácil construir os detalhes num modelo maior e apesar do custo dos materiais ser maior, a velocidade de construção e freqüentemente mais rápida.

 

Fotografia de Navios em Miniatura

 

Os navios em miniatura são geralmente filmados em lagos, rios ou mar de verdade e também em tanques de água.

 

Em Lago, Rio ou Mar

Filmagem de navios em lagos, rios ou mesmo mar de verdade são geralmente usadas para cenas mais simples em que aparecem águas tranquilas sem ondas altas. Neste casos as cenas são mais fáceis quanto mais alta está a câmera em relação ao nível da água. Se o ângulo de filmagem deve ser próximo do nível da água, é preciso esconder o horizonte real. Para isso, é muito usado colocar uma camada de fumaça ao nível da água para esconder o plano de fundo. A fumaça se mistura com o céu e dá a impressão de que o horizonte é muito mais baixo do que realmente é além de esconder a escala do navio. Isto é muito usado também para esconder objetos e elementos do plano de fundo que comprometeriam a pequena escala do navio.

 

O esquema abaixo mostra um mini-navio em um rio. Veja que a fumaça foi usada para esconder os elementos do plno de fundo e que se não fossem escondidos, poderíam fazer notar que o navio é uma miniatura.

Em Tanque

 

Os tanques são muito usados para criar cenas mais complicadas do que só navegar em uma superfície calma de água. Cenas como tempestades no mar, naufrágios ou afundamentos e cenas de batalhas são as mais comuns indicações. A filmagem em tanque permite maior controle das miniaturas e evitando-se problemas imprevisíveis. Filmar miniaturas de navios em estúdio ou tanques improvisados não deveriam ser consideradas fáceis, já que estas cenas estão entre as mais difíceis de se criar com realismo. Uma edição de imagens inteligente e ângulos de filmagem mais baixos ajudam a dar mais realismo à cena.

O tanque com água possui um tela de fundo permanente para exibir cenários pintados (principalmente céu). O tanque é equipado com um degrau especialmente projetado para que quando colocado ao fundo da tomada dê a ilusão de um horizonte sem fim. Isto faz com que as ondas não pertubem o horizonte do tanque, que deve ser uma linha reta. Assim, estes tanques tem suas bordas escondidas, ou seja a água sempre devia derramar pela borda que representa o horizonte.

 

Na foto abaixo você pode ver uma cena feita num tanque deste tipo. Ao fundo pode-se ver a linha artificial do horizonte que é a borda com água derramando. O céu no fundo é uma tela pintada.

Nos esquemas abaixo você pode notar como o princípio de funcionamento deste tanque. Veja que tem uma tela pintada atrás do tanque, geralmente representando céu, noturno ou diurno. Esta tela é importante principalmente se a cena deve ser feita sob a luz do dia. Esta tela de céu claro serve para ser refletida pela superfície da água, pois caso contrário a cena parecerá noturna. As ondas eram produzidas batendo placas leves como de isopor nos polos do opostos do tanque, a modulação cruzada produz ondas quase reais, mas é importante a filmagem estar na velocidade certa para que as ondas pareçam mais lentas e pesadas. Note que existem duas pessoas batedo uma tábua de madeira sobre a superfície da água para produzir ondas.

No esquema abaixo, veja que a água escorre de uma das bordas do tanque, ou seja, a borda mais perto da tela. O tanque é mantido sempre cheio para que a água escorra continuamente pela borda, produzindo assim uma idéia de horizonte. A água escorre caindo sobre um tipo de calha.

No esquema abaixo, veja o resultado que aparece quando filmado pela câmera.

O truque do tanque também foi utilizado no filme Cleópatra. Num tanque de água da Fox com 13,6 milhões de litros de água foi filmada a cena da batalha naval de Actium, quando Cleópatra foge de Roma. Toda a cena foi feita com miniaturas. Sob a supervisão de L.B. Abbott 150 navios egípicios de 90 cm de comprimento e 250 navios romanos de 60 cm deviam ser destruídos. Cerca de 97 pessoas prepararam os navios para serem destruídos com explosivos durante um dia inteiro.

 

 

Um outro truque interessante usado para produzir cenas em tempestades no mar, consiste em usar um sub-estrutura paras miniaturas em tanques. As ondas geradas em um tanque de estúdio podem fazer com que o navio em miniatura se movimente de forma não realista. Para eliminar este efeito, pode-se construir uma sub-estrutura conectada por baixo no casco do navio e movimentada por varas. Com essa estrutura, é possível simular o balanço do navio pelas ondas movimentando as varas. É claro que neste sistema o navio fica parado, mas se a água for corrente, dá o mesmo efeito do navio movimentando. Este efeito é muito útil quando se filma navios em águas tempestuosas.

Fotografia Aquática de Miniatura

 

 

Fotografia de Submarinos em Miniatura

As filmagens de submarinos embaixo da água pode geralmente são feitas embaixo da água (técnica do "Molhado") ou em ambientes sem água (técnica do "Seco Por Molhado") usando-se geralmente apenas iluminação adequada ou fumaça.

 

Filmagem em "Molhado"

A filmagem de cenas submarinas usando-se a técnica do "Molhado" geralmente precisa de tanques com água para que as miniaturas possam se locomover e serem filmadas. Estes tanques tem janelas de vidro em partes da sua parede para permitir com que a câmera filme pelo lado de fora do tanque.

No esquema abaixo você pode ver um exemplo de tanque usado para filmar cenas submarinas de submarinos. Note que existem lugares em alturas diferentes do tanque para que a câmera seja posicionada pelo lado de fora. Desta forma é possível captar ângulos diferentes da mesma cena.

Como era feita - Desde o início do cinema as cenas submarinas forneceram combustível drmático para Hollywood. Em 1920, Below The Surface narrou a história de um submarino perdido no mar. A ilusão foi obtida com miniaturas submarinas criadas pelo pioneiro em efeitos Harry Oliver. Em 1961, uma aventura chamadaViagem ao Fundo do Mar revitalizou o gênero submarino, produzida por Irwin Allen. Os efeitos visuais foram criados por L.B. Abbott, chefe do departamento de efeitos da Fox. As tomadas de superfície foram feitas usando-se uma miniatura de submarino de 5 metros de comprimento num lago artificial que possuia um tela de fundo permanente para exibir cenários pintados (principalmente céu).

 

Filmagem "Seco por Molhado"

Como era feita

Para fazer filmagens submarinas, um truque que era muito utilizado consistia em pendurar os modelos por fios em frente a um fundo verde. Uma iluminação cuidadosa pode criar a ilusão de que o submarino está atualmente debaixo d'água, principalmente se o efeito de onda é projetado no submarino. Nesse caso a luz deve vir de cima para baixo. O efeito de luz ondulando é criado por uma lâmpada apontada em pedaços de espelho quebradoa colocados numa bacia com água. Para obter o efeito, a superfície desta água da bacia deve ser suavemente agitada.

 

Um outro truque consistia em filmar o modelo em frente ou atrás de um aquário. Dispositivos de aerar aquários são usados para gerarem bolhas de ar para dar mais realismo. Em alguns filmes eram colocados até pequenos peixes verdadeiros de aquário. Este truque era usado na série da década de 60, Supermarionation.

Como é feita

Uma outra forma, só que mais moderna, de se criar a técnica "Seco por Molhado" consiste em usar recintos fechados e cheios de fumaça atóxica para simular a densidade submarina. Geralmente a fumaça é feita de vapor de óleo mineral, que não tem odor forte e não é tóxica. As miniaturas de submarinos se movendo neste ambiente, iludirão os expectadores ao pensar que se trata de um ambiente submarino.

 

 

No filme Caçada ao Outubro Vermelho, as filmagens submarinas foram simuladas usando a técnica "Seco Por Molhado". AILM pendurou os submarinos em fios finos, para não serem vistos pela câmera. Nesta técnica, o cenário deve ser preenchido com vapor de óleo mineral (atóxico) para criar o visual de um mundo submarino. O set de filmagem deve ser lacrado para não entrar e nem sair ar e preenchido com vapor de óleo mineral, devendo ser grande e alto o suficiente para mover as miniaturas e permitir a instalação de luzes e dispositivos mecânicos para movimentar os submarinos. Para o filme Caçada ao Outubro Vermelho foi usado um armazém de estocagem de frutas. Para movimentar os submarinos eles tiveram de usar controle de movimento devido a baixa visibilidade dentro do vapor. Assim, eles planejavam o movimento que queriam, gravando em computador. Depois, enchiam o cenário de vapor de óleo mineral. Em seguida, o computador só executava a seqüência de movimentos já gravados. Caso contrário seria impossível controlar os submarinos enquanto eles eram filmados.

 

A iluminação tem uma grande importância na técnica "Seco por Molhado". Neste filme, o visual tinha que ser bastante difuso, fornecido por uma grade de luzes presas no teto do cenário. Eles também usaram algumas luzes na frente e no meio da miniatura para dar a idéia de diferentes densidades. Todas as luzes tinham controle de intensidade (através de Dimmers). As luzes juntamente com a fumaça produzida pelo vapor forneceram a ilusão de profundidade submarina. Mas tudo isso deu muito trabalho. Só para encher o cenário com vapor demorava 40 minutos. O processo era lento. As câmeras de controle de movimento eram muito lentas, filmando a 1 quadro por segundo, levando de 15 a 30 minutos para executar os movimentos programados e pré-gravados. Elas tinha que filmar nessa velocidade para permitir com que a cena fosse exposta o maior tempo possível e assim ser gravada, já que a iluminação era fraca e difusa. Nas fotoas abaixo você pode ver a montagem e filmagem de uma cena do filme. A primeir foto mostra o mini-submarino pendurado por fios através de um suporte motorizado e controlado por computador e câmera também motorizada controlada por computador. Veja que nem tudo é high-tech, pois foi usado papel celofane azul em frente a luz para simular um tom azulado submarino. A segunda foto mostra o cenário já um pouco esfumaçado. As rochas submarinas foram feitas de espuma de látex, tendo apenas a parte da frente apoiada sobre um suporte de madeira, já que apenas esta parte é que iria aparecer. Na terceira e quarta fotos note o ambiente esfumaçado já pronto e sendo filmado. Veja que a localização das luzes é acima e ao lado dos mini-submarinos. Na última foto você pode ver a cena final.

A técnica "Seco por Molhado" também utilizada no filme de submarinos, Maré Vermelha. Desta vez os efeitos especiais foram criados pela DreamQuest Images sob a supervisão de Hoyt Yeatman. Segundo Yeatman, "o difícil era criar a aparência de navegar em profundidade, pois de acordo com a história, os submarinos deveriam navegar em mares muito profundos, onde não há luz, onde está muito escuro. Assim, tínhamos que criar uma forma artística de representá-los. Nesta técnica, as miniaturas são fotografadas sem água por perto. Ao filmar desta maneira, cria-se um efeito visual impossível de se obter na água. Se as miniaturas fossem colocadas na água e as filmassemos na forma correta, só veríamos 1/3 delas". A técnica precisa de compartimentos ou cenários cheios de fumaça para criar a ilusão de se estar sob a água. O nível de profundidade que se quer representar depende da quantidade de fumaça. As luzes são cobertas com papel celofane azul para acentuar a idéia de profundidade submarina. Para o filme Maré Vermelha, os cenários tinham um sistema de sensores por raios laser no teto e que media o nível de fumaça, mantendo-o consistente em toda a tomada. As câmeras filmavam a 4 quadros por segundo pois a pouca iluminação e muita fumaça prejudicavam a exposição do filme, que precisava ser mais longa para manter em foco. Assim, é um processo muito demorado. Em média, as cenas demorávam 4 horas para ficarem prontas, usando controle de movimento. A técnica "Seco por Molhado" também foi usada pela DreamQuest Images no filme O Segredo do Abismo.

bottom of page