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Passos de Construção Usando a Modelagem Artesanal (Scratchbuilding)

 

Para simplificar, dividiremos o processo de modelagem artesanal em etapas:

 

1) Planejando e Desenhando as Plantas de Construção.

2) Construindo um Esboço da Miniatura.

3) Construção Propriamente Dita.

4) Detalhando a Miniatura.

5) Pintando a Miniatura.

6) Iluminando a Miniatura.

 

 

1) Planejando e Desenhando as Plantas de Construção

Tente encontrar a melhor fonte possível de figuras ou fotos sobre o modelo ou miniatura que você deseja construir. Caso seja de um filme, tente estudar os filmes para pegar alguns detalhes.

Em seguida, deve-se desenhar as plantas de construção (projeto ou Blueprint). As plantas de construção devem ser feitas com as vistas de lado, de cima, de frente, de costas e de baixo para dar a melhor base possível para construção (para saber como se fazer uma planta de construção visite a secção Desenho Técnico da MSFX). Depois que as desenhar, use uma copiadora xerox com capacidade de ampliação para fazer as plantas de construção do mesmo tamanho que o objeto que se quer construir. Se você vai construir um modelo relativamente grande, desenhe-o numa escala menor primeiro. É mais fácil notar a forma num desenho pequeno. Quanto mais detalhes você tiver acesso dos desenhos, mais fácil será para construir os modelos. Dê uma atenção especial na estrutura interna do modelo, e como isso afetará o processo de construção. É vantajoso combinar este trabalho com seu esboço de nave (mock-up model). O que é difícil de ver em desenhos poderia ser muito óbvio em uma simples figura 3D. Se você quer colocar efeitos como luzes e fibra óptica isto também deve ser considerado nos desenhos. Tenha certeza de como o modelo será montado. Como sugestões de modelagem artesanais, procure começar com miniaturas com formas simples. Tente visualizar em sua mente como o modelo pode ser construído. Lembre-se que a ambição tem sido a ruína de muitos. Não inicie uma jornada que quebrará sua inspiração, mas sim, algo que possa compensar seus esforços.

 

2) Construindo um Esboço da Miniatura

Uma vez que as plantas de construção estão prontas, você pode começar no mundo da modelagem 3D. A menos que o modelo que será construído seja muito simples, você pode fazer um esboço em 3D ou maquete, se você sabe trabalhar com modelagem 3D no computador, você pode fazer isto com programa de modelagem 3D. Os melhores materiais de maquete para amadores são madeira balsa, papelão, fios de cobre, isopor, cola e fita adesiva. Construa a forma simples do modelo a partir destes materiais e concentre-se na forma. Não se preocupe com detalhes neste ponto. Use aquarela ou guache e pinte a maquete em de cor cinza (as formas são mais fáceis de serem vistas com a cor cinza). Se mesmo asim você não tiver a idéia certa, deverá ser rápido e simples ajustar.

Quando você estiver satisfeito com o visual, você pode voltar à prancheta para fazer ajustes necessários. As maquetes não precisam sempre ser construídas, somente quando você estiver incerto em como a forma será. Construia as maquetes só quando sentir que é necessário, e então use somente materiais baratos e de fácil aquisição, como isopor e papelão. Lembre-se que o objetivo é estudar as proporções e formas e não detalhes ou cores. Mas lembre-se que você tem que ter em mãos as plantas de construção. Isto lhe dará uma idéia do que será envolvido na construção final. É bom você ir tomando notas durante este processo, para saber que alterações serão necessárias no projeto. Já que você está usando só materiais baratos, isto lhe poupará gastos e desperdícios quando você for construir a versào final. Além disso existe um outro benefício, que é ter a capacidade de ver em três dimensões o seu projeto, assim seu cérebro poderá visualizar e lembrar o processo. Isto torna muito mais fácil quando você estiver pronto para construir o modelo real.

Caso você não queira construir este esboço da miniatura, você pode optar por fazer esquemas (desenhos rápidos) mostrando a técnica que você escolheu para ver se vai dar certo. Isto ajuda a criar a metodologia da construção. Ajuda a entender se o seu método dará certo sem precisar gastar nenhum material. Lembre-se que todo este trabalho foi feito antes de comprar e cortar qualquer material. Se tiver sucesso no planejamento, você terá sucesso na construção.

 

3) Construção Propriamente Dita

Existem inúmeras técnicas e maneiras envolvidas na construção de modelos. Cada modelo pode precisar de uma forma diferente de construção. A escolha da técnica de construção muitas vezes é pessoal. Tem pessoas que se acostumaram com certas técnicas e outras não. Você deve tentar escolher a melhor técnica que permita construir a miniatura no menor tempo possível, com o menor grau de dificuldade e com menor custo possível. Mas o mais importante é que você escolha a técnica que lhe permita obter o resultado final desejado.

Abaixo você poderá ver alguns comentários referentes às principais técnicas de construção. Elas não são as únicas, mas com certeza estão entre as mais usadas.

 

3.1) Entalhe (Carving)

A técnica do Entalhe consiste em esculpir uma peça a partir de um bloco de madeira, isopor ou outro material que permita tal tarefa. Assim, os excessos são retirados ou lixados até obtermos a forma desejada. Nos EUA os materiais mais usados são a espuma de uretano, a madeira e o isopor. A espuma de uretano não é fácil de se encontrar no Brasil. Assim, a madeira e o isopor são dois materiais que você pode usar facilmente.

A partir da planta de construção, você deve copiar os contornos das vistas de lado e de cima do objeto e fazer em papelão para servir como guia. Depois a partir disto, risque sobre o bloco que será esculpido. Se por exemplo, o lado esquerdo deve ser igual ao direito, faça apenas metade do molde, risque e depois inverta riscando do outro lado. Isto fará com que um lado seja extamante igual (simétrico) ao outro lado.

Abaixo você pode ver uma seqüência de fotos mostrando parte de uma miniatura feita por David Merriman usando a técnica do Entalhe.

3) Construção Propriamente Dita

 

3.2) Torneamento (Milling)

Esta técnica consiste em usar um torno para criar objetos cilíndricos ou arredondados. O torno é um máquina em que peça de madeira ou plástico é fixada e um motor gira esta peça. Através de instrumentos com ponta e até através de lixa, é possível dar forma à peça. Como material pode ser usado madeira ou plástico. É uma técnica ideal para se criar foguetes e mísseis.

3.3) Encaixotar (Box-in-it)

 

Nesta técnica, chapas de estireno ou outro plástico são cortados em formas poligonais e coladas juntos. O problema é que o objeto que se quer construir precisa ter partes planas. Geralmente neste método, é preciso que as chapas tenham apoio ou escoras afim de permitir com que a colagem e fixação das chapas sejam mais adequadas.

 

Nas fotos abaixo das fotos você poderá acompanhar alguns exemplos de como funciona este processo. Se desejar ver as fotos em maior tamanho, basta clicar nelas.

A miniatura abaixo é uma réplica do Republic Cruiser do filme Guerra nas Estrelas - A Ameaça Fantasma. Esta réplica foi construída pelo excelente modelador Lasse Henning. Abaixo você poderá acompanhar como algumas partes desta miniatura (A - parte da fuselagem e B - parte da cauda) foram feitas usando-se aTécnica do Encaixotar.

A) Nesta parte da fuselagem você pode ver claramente como a Técnica do Encaixotar funciona. Assim como para você construir uma caixa você precisa de uma base, paredes laterais e teto, o princípio usado também é o mesmo. Veja que na foto à esquerda, a base já está montada e ao lado está o teto da estrutura. Na foto à direita, note que Lasse usou uns pilares internos (2) para que apoiem a chapa que será o teto e ao mesmo tempo permitam passar o tubo central através do furo. Veja que 1 representa os "apoios" ou "escoras" que servirão para facilitar a colagem das paredes laterais que fecharão a "caixa". Tanto 1 como 2 foram colados na base e no teto.

B) Na parte traseira da nave a Técnica do Encaixotar foi usada de forma semelhante. Note que as escoras (3) tanto servem como paredes laterais da "caixa" como para fixar os tubinhos de metal que servirão para fixar no tubo central transparente.

Abaixo você poderá ver uma seqüência de fotos de construção de uma miniatura da nave Millenium Falcon do filme Guerra nas Estrelas . Esta réplica foi feita por Tim Ketzer e foi usada a Técnica do Encaixotar.

1) Esta foto mostra o contorno central da miniatura cortado a partir de uma chapa de plástico estireno;

 

2) Nesta foto você pode ver à direita que foram coladas chapinhas de plástico para servirem como apoio ou "escoras". São estas "escoras" que definirão a forma da miniatura;

 

3) Esta foto mostra chapas de estireno (na forma de "pedaços de pizza") coladas sobre cada duas "escoras". Depois de coladas estas chapas, a estrutura estará fechada e então teremos a forma da miniatura;

 

4) Nesta foto você pode ver as metades de cima e de baixo já prontas, ou seja, com todas as chapas coladas sobre as "escoras";

 

5) Esta foto mostra a parte interna da miniatura com tubos ocos de PVC (de encanamento de casas) que servirão como suporte para fixar a miniatura em hastes ou suportes;

 

6) Nesta foto, você pode comprovar o resultado final após vários detalhamentos de construção e pintura.

3) Construção Propriamente Dita

 

3.3) Técnica do Sanduíche

 

Esta técnica tem vários nomes: Técnica do Sanduíche, Técnica do Embrulho (Wrap it Up), Técnica da Espinha Dorsal e Técnica Placa na Estrutura (Plank On Frame Construction). É uma técnica muito usada para aeromodelismo e nautimodelismo, mas que passou a ser também usada para construção de naves e submarinos em miniatura.

Você começa construindo um estrutura central (um eixo) com placas em paralelo colocadas em intervalos regulares. Quando a sua estrutura está completa, envolva-a com chapas de pástico, como por exemplo, estireno.

 

Método:

Consiste em quadros ou placas que seguem o contorno do casco do navio (da nave,etc.) e são colocados em intervalos regulares. Sobre estas placas são coladas chapas para "tampar" o casco.

Para facilitar o entedimento, abaixo você poderá ver uma seqüência de fotos de construção de uma miniatura da nave Galactica da série televisiva Battlestar Galactica. Esta réplica foi feita por Brad Gaffy e foi usada a técnica do Sanduíche.

Abaixo das fotos você poderá acompanhar as explicações do processo. Se desejar ver as fotos em maior tamanho, basta clicar nelas.

1) Estrutura feita de tubos cilíndricos de ferro ocos;

 

2) Placas de madeira (compensado) que serão colocadas em paralelo, encaixadas na estrutura metálica mostrada na foto 1;

 

3) Foto mostrando a lateral da nave, feita com a mesma técnica do sanduíche, só que toda feita de acrílico;

 

4) Aqui você já pode acompanhar as placas de madeira (compensado) em paralelo e já encaixadas;

 

5) Outro ângulo de visão da etapa anterior;

 

6) Mais placas de madeira (compensado) já foram colocadas para formar a parte dianteira da nave;

 

7) Uma chapa de acrílico foi colada sobre a parte dianteira, recobrindo-a;

 

8) Aqui você está vendo a parte inferior da nave e a colocação de mais chapas para recobrir;

 

9) Mais chapas de acrílico já foram colocadas para cobrir a nave;

 

10) Aqui você pode notar que grande parte das placas de acrílico já foram coladas, lixadas e já receberam a tinta de fundo para preparar para pintar;

 

11), 12) e 13) Você pode observar que após a pintura da tinta de fundo, a miniatura foi lixada para ter um acabamaneto mais perfeito;

 

14) Detalhe mostrando a parte inferior da miniatura e suas placas transversais.

 

Existe uma outra variação da Técnica do Sanduíche que, na verdade, é uma mistura de Técnica do Sanduíche com a Técnica do Entalhe. Esta técnica é usada para criar modelos relativamente pequenos (ou pelo menos, pequenas partes). Novamente, deve-se construir a estrutura central constituída de uma serie de placas em paralelo. Só que ao invés de cobrir com chapas de plástico ou outro material, usa-se massa epoxi (tipo Durepoxi) entre as placas para prencher o intervalo entre elas. Se desejar, use isopor ou madeira leve para preencher a maior parte destes intervalos, para economizar massa e também para ficar mais leve. Depois que a massa epoxi secou (24 horas após) comece a lixar com lixas 60 ou 80 até ter a curva desejada. Lixe o excesso de epoxi até aparecer o contorno da estrutura de plástico. Depois vá usando lixas mais finas. Para fazer a estrutura central você pode usar metal, madeira, plástico duro, acrílico, ou qualquer material resistente. Um problema básico nesta técnica é que ela não permite com que a peça fique oca. Além disso, a construção da estrutura e o fato de ter de lixar o excesso da massa epoxi é uma tarefa um pouco trabalhosa, mas permite bons resultados.

 

Em uma outra variação desta técnica não se usa a massa epoxi. Consiste em criar um estrutura em forma de coluna espinhal e preencher os espaços com blocos de material que possam ser cortados e lixados facilmente (como isopor ou madeira). Pode-se ir cortando com serras ou estiletes, depois limar e por último lixar até chegar a acompanhar as formas definidas pelas secções tranversais. É muito útil para se criar figuras muito curvas e difíceis de serem entalhadas diretamente. A estrutura com secções transversais é um guia para o entalhe. O ideal é que a estrutura seja de um material mais duro e que resista mais ao lixamento do que o que é usado para preencher os intervalos. Por exemplo: estrutura de plástico duro e blocos de isopor ou madeira pinho (pinus). Se desejar você pode riscar onde passa o contorno das seções transversais mais próximas e depois, tire e corte com serra ou estilete. Depois coloque de novo no lugar e lixe até ficar uniforme com as secções transversais. Depois é só colar. Pré-formatando os blocos agilizará o trabalho. Use lixas 200 e depois 400.

 

As figuras abaixo exemplificam esta última variante desta técnica e correspondem a fuselagem de uma miniatura construída por David Merriman. Na primeira figura você pode notar a estrutura com placas paralelas, semelhante a uma coluna espinhal. David usou plástico duro para fazer esta estrutura. Na próxima figura você pode notar que David já preencheu os espaços entre as placas paralelas com um material fácil de lixar, limar e cortar. David usou espuma de uretano, mas você pode usar isopor ou madeira. Na próxima figura você pode notar que de um lado da peça está pronto e de outro não. Observe o lado que não está pronto. Veja que alguns bloquinhos já foram pré-cortados, seguindo como guia a altura da placa paralela mais próxima. O fato de ter pré-cortado facilita o trabalho de limar e lixar os bloquinhos para que acompanhem os contornos das placas paralelas.

Na foto seguinte você pode comprovar o resultado final do trabalho de David Merriman. Observe que os bloquinhos acompanham os contornos das placas paralelas.

A desvantagem destas 2 técnicas é que o modelo não ficará oco, não permitindo passar fios, motores ou luzes dentro. A não ser que você o use como modelo-mestre para moldar e depois tirar cópias através de Formatação À Vácuo ou de Moldagem com resinas ou fibra de vidro.

 

 

3.4) Laminagem (Laminating)

 

A técnica de Laminagem consiste em se usar chapinhas de plásticos de pequena espessura para criar peças plásticas de maior volume. Basicamente, existem duas versões:

 

1) Primeira Maneira: uma variação desta técnica seria criar uma peça em madeira, isopor ou outro material e colar chapas plásticas por cima, recobrindo-a com o plástico, de maneira, que externamente, ficará uma peça de plástico. O plástico dever fino para permitir acompanhar as formas da peça. Pode ser usado qualquer tipo de plástico, mas o mais usado é o estireno. Mas qual a vantagem de se recobrir a peça com plástico? Recobrindo a peça de plástico, você está criando uma superfície mais lisa e plana, fácil de fazer detalhes sobre a superfície e também facilitando para colar outras partes e permitindo melhor resultado para pintar.

 

Método:

a) Com as plantas de construção como guia, devemos construir a armação da nave usando para isso madeira (pinho, balsa ou qualquer outra madeira) ou isopor. E ao fazermos devemos tentar levar em conta a espessura do plástico que iremos recobri-la. Caso você opte pelo isopor, deve-se passar duas demãos de tinta látex para proteger a peça de isopor para que ela não se estrague quando for colar as chapas plásticas.

 

b) Para facilitar o trabalho o objeto de madeira tem que ser cortado na forma aproximada que queremos construir. Esta peça de madeira não precisa ter acabamento perfeito (totalmente liso ao toque) mas sim, deve ser regular e sem protuberâncias que possam aparecer quando for recoberta com plástico. Quando a armação de madeira está terminada, deveremos recobrí-la com pedaços de plástico de cerca de 1 mm (tipo caixa de margarina) e colando usando super-cola (tipo "Super Bonder"). Se você desejar espessuras maiores, você pode usar plástico de caixas de sorvetes, de vasilhas Tupperware e as placas cinza de tomadas (placas cegas, ou seja sem buracos) que são vendidas em qualquer loja de materiais elétricos para casa ou materiais de construção.

 

Para fazer este processo faça da seguinte forma: corte as partes de plástico com um pouco de sobra (de 0,5 a 1 mm). Colar as peças de dois em dois e fazendo com que cada uma delas ocupe planos opostos (veja figuras abaixo). Uma vez que estão bem fixadas, cortar o plástico que está sobrando até que as superfícies fiquem planas e preparadas para colar o seguinte par de peças de plástico. Reforçar as regiões de união entre as chapas colocando por exemplo epoxi e em todas as arestas das peças, já que ficaram vazias.

 

Assim, suponhamos que tivéssemos que recobrir uma peça de madeira de forma de um cubo de 10x10x10 cm. Para isso, cortaríamos 6 peças quadradas de 11x11x11 cm e começaríamos por colar as peças que vão cobrir as faces superior e inferior do cubo. Depois de secas, recortaríamos o excesso de plástico que deixamos e depois colaríamos as faces direita e esquerda e depois de secas recortaríamos. E depois cada união das peças teria um acabamento com epoxi. Na fotografia abaixo, pode-se observar

 

o processo de construção:

Na figura à esquerda, você pode notar com detalhe o início da colagem das chapinhas de plástico em lados opostos. Na figura à direita, você pode observar: 1) Colagem das chapinhas de plástico em lados opostos; 2) Estágio seguinte com as chapinhas já coladas em toda a superfície, faltando apenas aparar as bordas; 3) Nesta parte você já pode notar uma parte já coberta com as chapinhas plásticas e já devidamente aparada e lixada.

2) Segunda Maneira: uma outra variação desta técnica consiste em colar as chapinhas plásticas uma ao lado da outra, para criar um objeto de maior espessura.

Nas fotos abaixo você pode ver um exemplo simples desta técnica. Veja que na primeira foto, várias chapinhas plásticas da mesma forma e tamanho foram coladas juntas com o objetivo de formar um objeto mais espesso. Na segunda foto observe que a peça já foi lixada e emassada para que as junções entre as diversas chapinhas desapareçam. Na última foto, você pode notar a peça já pronta para receber a pintura.

Nas duas fotos abaixo, você pode comprovar uma grande utilidade desta técnica, principalmente quando se trata de objetos cilíndricos complexos. Esta peça foi construída pelo excelente modelador Lasse Henning para uma miniatura réplica do Republic Cruiser do filme Guerra nas Estrelas - A Ameaça Fantasma.

 

Observe que Lasse colou fatias de plástico fino uma dentro da outra e cada uma só alguns milímetros acima da anterior. Isto permitiu com que ele depois lixasse toda a peça e obtesse um acabamento liso. Observe que o segredo é usar um plástico relativamente fino (1 a 3 mm) e apenas um pouco distanciados um do outro, pois se você deixar uma grande distância, a superfície não ficará uniforme. Na foto à direita, você pode notar a peça já lixada, emassada e com o primer já aplicado, pronta para ser pintada.

Uma outra opção ao invés de lixar seria recobrir com uma chapa de plástico sobre todas as fatias. Veja o exemplo de Tim Ketzer:

3.5) Moldagem de Peças (Cast Molding)

 

Esta técnica consiste em usar algum material (gesso, borracha de silicone) para criar moldes negativos da peça, e assim, depositar algum outro material nestes moldes negativos e fazer réplicas da peça original. A vantagem desta técnica é que é possível criar várias cópias a partir de uma mesma peça original. Os materiais mais usados para criar os moldes negativos são: o gesso e a borracha de silicone (também conhecida como borracha RTV). Nestes moldes negativos serão depositados materiais para se criar as réplicas, sendo os mais conhecidos, as resinas: Epoxi, resina de poliéster e resina de poliuretano. A fibra de vidro também pode ser usada como material. Ela é resistente e leve. A fibra de vidro basicamente contém camadas de resina com malha de fibra de vidro colocada.

 

Abaixo você pode notar a resina de poliuretano sendo depositada no molde de silicone.

Na foto abaixo você pode observar: O - original da peça a ser moldada; M - o molde negativo da peça feito em silicone; C - a cópia do original feita em resina.

Caso você não tenha acesso a resina de poliuretano, você pode usar as seguintes alternativas que ainda lhe darão um bom resultado: a) resina de poliéster (muito usada em artesanato); b) massa epoxi (tipo Durepoxi) pressionada contra o molde; c) massa de porcelana fria pressionada contra o molde. Caso você queira saber como fazer a massa de porcelana fria.

 

E se você também não tiver acesso ao silicone para molde, você pode fazer os moldes de gesso, misturando uma parte de água e duas de gesso em pó.

 

3.6) Formatação À Quente

Formatar um plástico consiste em usar uma fonte de calor, deixando o plástico "mole" para que ele se adapte às formas do objeto que se quer copiar. É uma boa técnica principalmente quando é preciso que o objeto seja oco ou quando é necessário uma quantidade razoável de cópias de uma peça. Existem duas técnicas de Formatação de Plástico: A Formatação À Quente Com Auxílio Mecânico ("Técnica do Empurrar") e a Formatação À Quente Com Ajuda De Pressão Do Ar ("Formatação À Vácuo" ou Vaccum Forming).

 

1) Formatação À Quente Com Auxílio Mecânico ("Técnica do Empurrar")

Esta técnica é mais simples que a seguinte. Consiste em aquecer uma chapa plástica (geralmente estireno ou acetato) e quando ela estiver suficientemente mole, empurrar contra um modelo-padrão do objeto que ser construir. Este modelo padrão pode ser tanto de madeira, gesso ou qualquer outro material rígido e resistente ao calor. É importante que este modelo-padrão esteja firme. A técnica explicada abaixo é excelente para se modelar peças arredondadas ou ovaladas.

Materiais: A) uma pequena moldura de madeira com cabo; B) tampa plástica que os eletricistas usam para tampar as "tomadas elétricas", do tipo "placas cegas"; C) chapas de madeira que servirão de apoio de fixação; D) parafusos.

Procedimento: Corte a tampa plástica de maneira que seja um pouco maior (cerca de alguns milímetros) do que o buraco da moldura de madeira. Fixe a tampa plástica com as chapinhas de madeira através dos parafusos.

O próximo passo é fixar a peça que se quer reproduzir em um suporte que seja mais fino do que a peça para não atrapalhar no processo. Além disso, para ajudar a peça a ser moldada, é preciso também um cilindro oco ligeiramente mais largo do que a peça original.Como sugestão você pode usar copos plásticos duros (ou até de vidro) e tubos de PVC (para encanamentos).

Leve a moldura com o plástico, a peça original no suporte e o cilindro para a cozinha perto do fogão. Coloque a moldura com o plástico dentro do forno (não serve o microondas) em temperatura máxima por 5 minutos.

Caso você queira certificar-se que o plástico já está pronto, retire a moldura com plástico e use o cabo de um pincel num dos cantos do plástico. Se afundar um pouco é porque já está no ponto, pois as bordas são as que mais demoram para amolecer.

Se reamente estiver bom, retire a moldura do forno e segure o cabo com uma mão e a moldura de madeira com a outra (usando uma luva) e empurre até que o plástico acompanhe toda a peça, mas cuidado para não vazar (atravessar) o plástico.

Coloque o copo de cabeça para baixo e empurre para que o plástico amolecido acompanhe corretamente os contornos da peça. Permaneça segurando o copo por alguns segundos até que o plástico endureça.

Vale lembrar que estas duas últimas etapas devem ser feitas rapidamente. Com o tempo e prática você desenvolverá habilidade para realizar o processo.

Na foto abaixo você pode conferir a moldura de madeira com o plástico já formatado. Observe também a placa plástica antes do procedimento, a peça original e várias peças feitas com este processo.

3) Construção Propriamente Dita

 

3.6) Formatação À Quente

 

2) Formatação À Quente Com Ajuda De Pressão Do Ar ("Formatação À Vácuo")

Criar um objeto a partir da técnica de Formatação À Vácuo (ou Formatação À Quente Com Pressão De Ar ou Vaccum Forming) é criar "cascas" de plástico ou objetos ocos através do aquecimento de chapas plásticas até que elas amoleçam e então sejam sugadas pelo vácuo sobre as partes-padrão já feitas com a forma desejada.

Fazer formatação a vácuo é tanto uma tarefa interessante como uma excelente técnica de modelagem artesanal. Você aprenderá a seguir, como fazer o seu próprio dispositivo de formatação a vácuo usando um forno doméstico (forno comum de fogão) e um aspirador de pó. Não será um modelo industrial mas funcionará.

Mas para que serve este processo? Serve para criar objetos ocos de forma que seriam difíceis ou muito trabalhosos de serem feitos de outra forma, ou ainda quando é necessário serem feitas várias cópias de um mesmo objeto. Como funciona? Primeiro deve-se construir um "modelo-mestre" ou matriz, que pode ser feito de madeira, gesso ou qualquer material duro. Coloca-se este material sobre uma caixa com o teto cheio de furos. Dentro desta caixa é conectada a mangueira do aspirador de pó. Coloca-se o a chapa de plástico no fôrno e depois de alguns segundos, ela amolecerá, e rapidamente deve ser levada para ser colocada sobre o modelo-mestre. Desta forma o aspirador sugará o ar (através dos furos) entre o plástico mole e o teto com furos. Como o plástico está ainda mole, ele se moldará à forma do modelo-mestre.

 

2.1) Construindo o Dispositivo de Formatação à Vácuo:

É relativamente simples. Consiste em 2 partes: uma caixa de madeira com um buraco para acoplar a mangueira do aspirador e centenas de pequenos furos no teto e uma moldura de madeira para fixar a chapa de plástico, que deve caber dentro do seu fôrno. A caixa de madeira deve ser de madeira compensada. Certifique-se que as junções das partes desta madeira estejam bem encaixadas de forma a não sair ar. Para lacrar, deve-se usar bastante cola. A parte que deverá acoplar a mangueira deve estar bem justa (pode ser uado por exemplo um cano de PVC) de forma a se encaixar bem justa dentro da mangueira. Use massa epoxi (Durepoxi) para fazer com que o cano de PVC se encaixe de forma a não sair ar. O teto deve ter vários pequenos buracos. Quanto mais melhor. A moldura deve ser feita de madeira durável. O tamanho deve depender do tamanho da parte interna do forno. Coloque 2 puxadores na moldura para que seja mais seguro quando for pegar a moldura, principalmente quando quente.

Os modelos-mestres devem ser feitos de materiais que resistam ao calor ou outro material duro. Coloque uma base de 10 mm de madeira compensada debaixo do modelo-mestre quando for posicionado sobre o teto cheio de furos. O aspirador não deverá ser muito pequeno, o ideal é que seja daqueles de maior porte.

Nas duas fotos abaixo, você pode conferir um equipamento de formatação à vácuo criado por Lasse Henning. Na primeira foto, observe a peça original colocada sobre a moldura com furos. Note que ela está um pouco acima da moldura com furos devido a ima placa colocadas embaixo. Na foto da direita você pode conferir a moldura com o plástico quente já empurrado sobre a peça original.

Na foto abaixo, observe o aspirador ligado à caixa com furos e a peça original em cima. Veja também ao fundo o forno com a moldura com o plástico.

Na foto abaixo, veja um outro tipo de equipamento montado pela Studio Creations. Note que o tubo do aspirador está ligado à parte debaixo da mesa com furos

2.2) O Processo:

 

a) corte a chapa de estireno que deve ter um espessura de 0,5 a 2 mm.

b) Prepare a caixa de vácuo e ligue o aspirador.

c) Coloque o modelo mestre e sua base centrados sobre o teto perfurado da caixa.

d) Ajuste o fôrno para 175 graus. Caso você não tenha como ajustar pela temperatura, você terá que pela tentativa e erro, começando com fôrno em temperatura média.

e) Quando o fôrno estiver na temperatura certa, coloque a moldura com a chapa de plástico presa no meio do fôrno e feixe a porta.

f) Observe o plástico ficando mole. Isto deve acontecer dentro de 1 a 1,5 minutos, dependendo da espessura do plástico que você escolheu. Quando o plástico começar a formar uma barriga está na hora de tirar. Só a experiência lhe dizerá quando. Cuidado para não deixar o plástico derreter muito.

g) Pegue a moldura com o plástico derretido e rapidamente coloque sobre o modelo mestre. Certifique-se que a moldura esteja alinhada. O plástico será sugado ao redor do modelo mestre. Deixe o aspirador por mais 30 s antes de desligá-lo.

h) Quando o plástico estiver frio, você pode tirar a moldura. Depois corte o plástico ao redor do modelo mestre.

4) Detalhando a Miniatura

 

O detalhamento é uma das partes mais divertidas da modelagem de miniaturas. Consiste em colar diversas e pequenas partes na carcaça exterior, principalmente de miniaturas de naves. A função do detalhamento é dar uma idéia de grande tamanho à miniatura. Basicamente, você pode fazer os detalhes da carcaça de suas naves de 3 formas:

 

1) Riscando a superfície

Um detalhe interessante, principalmente em miniaturas de naves, são as linhas dos painéis sobre a carcaça da nave. Para fazê-las, depois que a peça está recoberta com plástico, faremos o desenho dos painéis usando para isto um lápis e uma régua. Depois, use uma pequena chave de fenda afiada e uma régua, para isso segure firmemente a chave de fenda e num ângulo de aproximadamente 70–80 graus na direção das linhas, trace com a chave de fenda seguindo a marcação feita com o lápis. Dessa foram será traçado um sulco ou risco sobre o plástico. Use uma régua ou uma chapa para manter firme e reta a ferramenta. Teste antes em pedaços velhos de plástico para ver como funciona. Depois de desenhar as linhas dos painéis, eles precisam ser lixados. Use uma lixa de fina porosidade. Uma outra ferramenta também usada para fazer linhas de painéis é a ferramenta de dentista.

A foto abaixo mostra uma miniatura feita por Lasse Henning em um estágio inicial. Note os painéis da nave feito pela técnica de riscar.

Abaixo você pode ver em maior aumento os detalhes dos painéis da miniatura de nave feita por Lasse Henning usando a técnica de riscar.

2) Colando pedaços de plástico

Esta outra técnica consiste em colar chapinhas de plástico sobre a superfície da miniatura da nave e quanto menor o tamanho destes pedaços de plástico, melhor será a ilusão de grande tamanho da miniatura.

 

Nas fotos abaixo você pode ver uma miniatura de nave em que grande parte dos detalhes foi feita usadando-se esta técnica ce colagem. Observe os vários pedaços de plástico branco colados na superfície da nave. O plástico usado foi o estireno, mas se você quiser, uma boa solução seria usar caixas plásticas de margarina pois são finas e fáceis de recortar com uma simples tesoura. Para colar estes pedaços, basta usar super-cola (tipo Super-Bonder).

Abaixo você pode verificar que a miniatura já foi pintada com tinta de fundo de cinza.

3) Colando partes de kits de modelos

 

Existem muitas fontes boas de detalhes, mas uma das melhores é a que os artistas da ILM (Industrial Light And Magic) e muitos outros fazem, ou seja, comprar Kits de modelos de caminhões, tanques, naves e usar as suas diversas partes. Existem tantos grandes detalhes só esperando para serem incorporados no seu modelo. Tente e misture partes de diferentes kits e combine-os. A sua imaginação é limite, e o maior desafio é saber quando parar. Depois que estes detalhes são pintados em uma só cor eles lhe surpreenderão. Além disso, você pode comprar pedaços de plástico com texturas e linhas desenhadas, tubos plásticos, peças moldadas e muito mais. Dessa forma você poderá colar várias partes dos modelos sobre a superfície da miniatura usando cola super-cola (tipo Super-Bonder).

 

Uma outra boa fonte de peças para detalhes seria colar partes de Lego na superfície da nave, pois lembre-se que elas existem em diversos tamanhos e formas, sendo também muito bons para detalhar.

 

Abaixo você pode ver um exemplo de um kit de montagem de avião. Veja que é grande a quantidade de peças que vêm numa caixa.

Nas fotos abaixo você pode ver este processo em andamento. Note na foto abaixo que o modelador está retirando partes de um kit de montagem e colando na superfície externa da miniatura. Veja a diferença que existe entre as partes que ainda não estão detalhadas e aquelas que já estão. O efeito é impressionante!

Na foto abaixo a esquerda, note a grande quantidade de peças que foram utilizadas para o detalhamento. Observe que foram colocadas partes de um míssel na lateral da miniatura. Ao lado, é possivel ver como resultado final fica surpreendente.

Além destas técnicas de detalhamento de superfície de miniaturas, alguns modeladores muitas vezes inovam criando técnicas diferentes. É o que aconteceu na produção do filme A Reconquista.

 

Neste filme, a cidade futurista era rodeada por um domo. E para circular o ar, eram usados recicladores de ar. Para criar estes recicladores em miniatura, os modeladores foram à lojas nos EUA chamadas de lojas de "Um dólar", o que seria correspondente no Brasil às lojas de "Tudo por R$1,99". Eles compraram bacias (saladeiras) e outros recipientes (fruteiras) para fazer a miniatura do aparelho. E um fato ainda mais interessante é que eles usaram peças de computadores estragados e as colocaram para dar detalhes na superfície da miniatura.

 

As fotos abaixo mostram a miniatura do reciclador de ar. À esquerda, note que a miniatura está parcialmente construída e já foi pintada com tinta de fundo cinza (primer cinza universal) para preparar a superfície para pintura. À direita, você já pod enotar a miniatura já pintada e com vários detalhes adicionados.

4) Pintando a Miniatura

 

Tipos de Tinta:

As tintas podem ser classificadas com base em vários critérios, mas nos concentraremos nos mais interessantes.

De acordo com meio no qual se diluem, elas podem ser:

a) Esmaltes - se dissolvem em aguarrás, terebentinas e similares.

b) Acrílicos - se dissolvem em água.

 

De acordo com o brilho podem ser:

a) Foscas - depois de secas não tem brilho.

b) Semi-brilhosas - após secas tem um discreto brilho.

c) Brilhosas - após de secas são claramente brilhantes.

Que tipo usar? Vai depender o objetivo. Se você quer um acabamento mais profissional use esmalte sintético fosco ou brilhante, que são as mesmas tintas usadas para pintar carros. Outra opção seria usar tinta spray de lata. É importante lembrar que para pintura de naves são mais úteis as tintas foscas.

 

Instrumentos para Pintura:

a) aerógrafo ou revólver de pintura: Principalmente quando se deseja um acabamento mais profissional. Se desejar saber mais sobre aerógrafos consulte a página Pintura da MSFX.

b) Pincel

Quando comprar pincéis temos que levar em conta:

- A forma da ponta: Podem planos ou redondos. No caso de miniaturas ambos os tipos podem ser necessários. Mas os mais usados serão os redondos.

- A numeração: todos os pincéis tem um número que se refere ao seu tamanho. Quanto maior o número, mais grosso será. Procure escolher o tamanho do pincel de acordo com o tamanho da miniatura.

- Tipo de cerda: pode ser de pêlos (mais macios e mais resistentes) e artificiais (sintéticos). Para trabalhos mais delicados prefira os de pêlos.

c) Tinta em Spray: É uma boa opção pois é barata e permite um bom acabamento. A maioria das latas de spray é de tintas esmalte sintético. Use sempre tintas de spray da mesma marca ou a tinta pode reagir e destacar!

 

 

Passos para pintura:

Abaixo estão em seqüência, os passos para se pintar miniaturas de forma profissional.

1) Emassar

Esta fase de colocar massa chama-se Emassar. Use a massa para emassar, preenchendo todo e qualquer arranhão. A massa (também chamada de "putty") é para encher falhas na superfície externa das miniaturas. Você aplica nas juntas onde precisar, espera ela secar e, em seguida, lixa até que a falha desapareça. A cor da massa não chega a atrapalhar, já que a área emassada será pintada junto com o resto da miniatura. Mas se for aplicar uma cor muito clara, ou metálica, talvez você tenha que usar um primer (base) mais clara antes da pintura final. Use uma espátula para espalhar a massa. Procure sempre usar quantidades pequenas de cada vez, senão você corre o risco de secar apenas a parte externa, como uma capa, enquanto a interna permanece isolada e mole, partindo-se com facilidade na hora que for lixar ou aplicar alguma pressão.

Abaixo você está vendo uma peça de plástico com massa aplicada. Lembre-se que massa deve ser colocada nos locais irregulares da superfície (arranhões, etc) e serve para que após o lixamento, a superfície torne-se uniforme.

Qual massa usar? Há várias no mercado. Você pode comprar as usadas em plastimodelismo. Ela é simples e fácil de aplicar. A maior desvantagem parece ser o fato dela ressecar facilmente depois de algum tempo ainda dentro do tubo.

Mas você pode usar outras alternativas: a) Massa Plástica; b) Massa epoxi (Durepoxi); c) Massa corrida para parede. De preferência, use a massa plástica. Mas se você não tiver condições, pode-se usar a massa corrida de parede, mas você tem que aplicar duas ou mais demãos de tinta látex de parede para que a massa fixe.

 

2) Lixar

Na segunda etapa, deve-se lixar as áreas emassadas com lixa, de preferência lixa d'água 400. No entanto, não é uma exigência que se use lixa d'água nesta etapa. Para garantir que o lixamento fique por igual em grandes áreas planas, use um bloco de madeira com a lixa grudada ou colada.

Na foto abaixo você pode observar o lixamento com lixa d'água.

Na foto abaixo você pode observar uma peça após o lixamento com lixa d'água. Note que a massa não cobriu toda a peça e sim, apenas os locais que estávam irregulares.

3) Limpeza da peça

Limpe a peça com pano úmido, tirando todo o pó que sobrou da fase de lixamento. É importante remover o pó de lixamento, sujeira, gordura dos dedos, etc. Ou seja, tudo que prejudique a adesão do primer e da tinta.

 

4) Aplicação do Primer

A quarta etapa consiste em aplicar o Primer ou tinta de fundo, que é um tipo especial de tinta que serve para preparar a superfície para as outras coberturas de tinta. O primer mostra os defeitos obtidos nas fases de emassamento e lixamento.

O Primer tem várias propriedades especiais. Ele fortalece e protege as superfícies. O primer forma uma superfície boa para interagir com a outra camada de tinta, dando uma base para permitir uma boa adesão da cor que você irá pintar. Os primers geralmente são opacos (ou seja não tem brilho). Eles ajudam a prencher certas áreas mais profundas como os riscos não tirados durante a fase de lixamento. Mas eles não são um substituto para a lixar e emassar. Eles promovem uma maneira fácil de verificar e corrigir a superfície antes de pintar. Eles geralmente permitem bom lixamento. Eles agem como barreira entre a superfície e a camada de tinta.

É ideal que se espere cerca de 12 a 24 horas para ele secar bem antes de pintar. E para superfícies muito brilhantes, deve-se lixar o primer com lixa 600, seguido por uma boa lavada com água e sabão e deixar secar ao ar livre, antes de pintar.

O primer é melhor aplicado com spray ou revólver de pintura (aerógrafo). O primer cinza pode ser usado em plástico, metal, madeira e papelão duro. O primer não deve ser aplicado diretamente sobre o isopor, pois o derreterá. Para aplicar o primer no isopor é preciso preparar a superfície do isopor.

Abaixo você pode observar uma foto de uma miniatura em que já foi aplicado o primer cinza.

5) Lixar novamente

Na próxima etapa deve-se lixar tudo de novo com lixa d'água 600 ou 1000, ou ainda se preferir use a seqüência 800-1000-1500-2000. As etapas 4 e 5 devem ser feitas até ter um acabamento bem liso. Isso é válido para qualquer superfície. Nesta fase, procure usar lixas d'água, pois a água age limpando a lixa. Ela leva a poeira e permite controlar o poder de lixamento, a lixa suja lixa menos. Por quê lixar com água ao invés de seca? Porque na lixagem a seco, as partículas resultantes do lixamento (o pó) não tem outro lugar para fugirem a não ser os poros da lixa. Isto rapidamente cobre a lixa, prejudicando o lixamento. Com lixamento a água, as partículas ficam suspensas na água. Molhe a lixa na água até que fique flexível. Comece a lixar usando uma combinação de movimentos circulares e retos. Freqüentemente molhe a lixa na água. Para as quinas e outras regiões estreitas, use uma lixa dobrada no meio. Confira o resultado algumas vezes molhando e secando a peça. Segure entre você e a luz e olhe através. Quando não está bem lixado e liso, você não verá nehuma sombra, indicando alto ou baixo.

 

6) Limpeza da peça novamente

Faça da mesma forma que você fez na etapa 3.

 

7) Pintura

Esta é a penúltima etapa e a mais importante. Algumas vezes quando você for pintar uma miniatura, poderá ser de uma só cor. No entanto, em outras vezes, mais de uma cor será preciso. Assim, deve-se pintar primeiro com uma cor de depois de seca, pintar com a outra. Mas para isso, é importante que algumas áreas sejam protegidas para que a segunda cor não cubra partes indesejadas. A solução para isso seria "mascarar ou "empapelar" estas áreas.

Como Mascarar: Para mascarar pode-se usar uma infinidade de materiais, como jornal, papel, cartolina e fita adesiva (fita crepe). Use pedaços de jornal para cobrir as partes desejadas e coloque a fita crepe nas bordas do jornal. Nas lojas que vendem materiais para pintura de carros, é possível encontrar fitas crepes de pequenas larguras e que possibilitam isolar áreas pequenas. Depois é só pintar. Assim, a tinta cobrirá toda a peça, inclusive a área "empapelada". Depois que a tinta secou, basta tirar com cuidado e você verá que a tinta não cobriu a área empapelada.

Na figura à direita, observe que para pintar um quadrado nas asas, foi feito um molde vazado com papelão, o que é simples mas eficaz.

8) Aplicação do Verniz

É a última etapa. O verniz serve para proteger a pintura, dando mais resistência e durabilidade. Se você quer um acabamento mais lustroso, use verniz brilhante, caso contrário use verniz fosco. Mas vale lembrar que esta etapa deve ser feita após a etapa de envelhecimento.

9) Trabalho com Isopor

Como o isopor é um bom material para você trwinar a fazer suas próprias miniaturas, abaixo serão fornecidas informações de como trabalhar com o isopor, ou seja, como corta-lo, lixa-lo e prepara-lo para pintura.

Como cortar: Para cortar as peças de isopor você pode usar um estilete ou fio mágico, que é um aparelho elétrico (funcionado à pilha ou eletricidade doméstica) que aquece um fio metálico, possibilitando cortar o isopor com precisão. Use desenhos de referência dos seus planos de construção e faça moldes (padrões) de papelão ou cartolina para facilitar cortar as peças. Quando for traçar riscos sobre o isopor use caneta hidrocor, pois esferográfica perfura o isopor.

Abaixo você pode notar um pouco do trabalho com isopor. Na primeira foto você vê os moldes de papelão sobre a chapa de isopor, auxiliando o corte. Na segunda foto a peça de isopor está sendo cortada com o fio mágico. Este fio mágico é de grande porte, pois existem outros portáteis e bem menores. Na terceira foto você pode ver em detalhe a chapa de isopor sendo cortada com o fio mágico usando o papelão como guia. A última foto você está vendo o uso do estilete para cortar.

Como colar:

Muitas vezes você precisará colar o isopor, juntando peças diferentes. A melhor cola é a cola própria para isopor que pode ser comprada em livrarias ou casas que vendem produtos de artesanato. A segunda melhor opção é cola quente. Você pode comprar as pistolas de cola quente até em lojas tipo R$ 1,99. A cola branca escolar não é muito boa para colar. Caso você precise usá-la, enfie um pequeno pedaço de arame em uma das partes que será colada. Passe cola nas partes que serão coladas e encaixe a outra peça sem o arame na peça que tem o arame, de maneira que o arame perfure a outraa peça. Desta forma, o arame garantirá mais resistência, pois estará enfiado nas duas partes a serem coladas.

Na foto abaixo você pode notar a colagem de duas peças de isopor usando a cola quente.

Preparo da Peça de Isopor para Pintura

O isopor é um bom material para criar miniaturas, mas apresenta o incoveniente de não ser bom para se lixar e nem para se pintar, principalmente se você usar as técnicas e materiais de lixamento e pintura usados em outros materiais. Por exemplo, se você não usar uma lixa muito fina será difícil lixar o isopor. Outra coisa é que se você for aplicar as massas de emassar e aplicar o primer cinza, você notará que o isopor será "corroído".

Assim, é preciso adaptar as técnicas para o isopor. Existem várias técnicas para você preparar o isopor para que ele possa ser usado com os materiais comuns de preparo de pintura como as massas (plástica, epoxi, etc) e também com o primer. Abaixo, será comentado apenas uma destas técnicas.

Materiais necessários: peça de isopor a ser tratada, tinta látex para parede (de preferência tinta látex acrílica para parede), massa corrida para parede, pincel ou rolinho para pintura, lixas d'água. Todos estes materiais podem ser comprados em lojas de materiais de construção civil ou mesmo supermercados. Pode ser que as lixas d'água você não encontre nestas lojas, mas com certeza encontrará em lojas que vendem tintas e outros materiais para pintura de carros. É importante usar máscaras para proteção, pois o isopor libera um pó muito fino, facilmente de ser inalado. Escolha um local que possa ser sujado e possa ser limpo rapidamente, pois trabalhar com isopor é uma bagunça.

Procedimento:

1) Após a peça de isopor já estar devidamente pronta para receber a pintura, deve-se lixar com bem fina, começando pela 400 e depois a 600 ou 800.

2) Limpe bem a peça com pano seco para tirar o pó resultante do lixamento. Agora passe uma demão de tinta látex para parede sobre toda a peça de isopor. Espere secar e aplique novamente. Certifique-se que cada demão seja uma camada bem fina. Você pode aplicar cerca de 4 a 6 demãos de tinta, dando intervalo de 30 minutos a 1 hora entre cada demão. Para aplicar use um rolo de espuma ou um pincel com cerdas suaves.

3) Depois de seca, aplique a massa corrida para parede em pequenas quantidades sobre toda a peça, usando uma espátula ou mesmo uma chapinha fina de metal ou plástico. A massa deve ser passada em toda a peça, cobrindo principalmente as partes irregulares do isopor.

4) Espere cerca de 3 horas a 1 dia e depois comece a lixar delicadamente a peça para que ela fique com a superfície regular e uniforme, sem imperfeições. Comece com a lixa 600 ou 800. Cuidado para não lixar demais e atingir o isopor. O objetivo desta fase é apenas uniformizar a superfície, de forma a não tirar as camadas de tinta e nem a de massa corrida. Caso você queira um acabamento ainda mais liso, pode-se usar lixas 1000 ou 1200.

5) Depois de seca a peça (espere de 3 horas a 1 dia), você pode tratá-la como uma peça de plástico ou outro material resistente. Você notará que o isopor ficará com a superfície resistente e rígida, mas ao mesmo tempo, continuará com a leveza característica de isopor. Assim, você poderá aplicar diretamente o primer cinza e emassar com as massas usuais (massa plástica, massa epoxi, etc.), seguindo as mesmas etapas já descritas anteriormente.

Envelhecimento

Depois que a miniatura está pintada é importante "envelhecê-la" antes de passar o verniz. O Envelhecimento é referente aos vários tipos de técnicas que têm o objetivo de fazer com que um modelo apareça mais realista através da simulação de efeitos (como o desgaste) no modelo. Consiste, assim, em simular sujeira, manchas, tinta usada, ferrugem, etc.

Para criar o efeito de Envelhecimento numa miniatura, deve-se seguir os seguintes passos: 1) Aplicação doLavado (ou Wash); 2) Aplicação do Giz Pastel; 3) Aplicação do Pincel Seco (ou Dry Brush).

1) Lavado (ou Wash)

O que é: É uma técnica de envelhecimento muito interessante que dá aos modelos uma aparência real. O objetivo da técnica do Lavado ou Wash é criar níveis de contraste na superfície do modelo usando tinta muito diluída usualmente (mas não sempre) cores mais escuras que a cor da miniatura, para escurecer as quinas, depressões, locais de baixo relevo ou profundos do modelo; dando uma aparência realista de um objeto usado e gasto. Com o Lavado ou Wash, o modelo terá suas reentrâncias salientadas, dando a impressão de relevo e também de que existe sujeira, pó ou lama incrustados nas regiões mais baixas do veículo.

Tipo de Tinta a ser usada: A tinta que você deverá usar para fazer o Lavado ou Wash dependerá do tipo de tinta que você usou para pintar a sua miniatura. Assim, se você usou uma tinta solúvel em água (acrílica, látex), a tinta do Lavado ou Wash deverá ser solúvel em solventes orgânicos (thiner, aguarrás, querosene), como por exemplo, tinta automotiva ou tinta à óleo para tela. Agora se a sua miniatura foi pintada com tinta solúvel em solventes orgânicos (thiner, aguarrás, querosene), o Lavado ou Wash deverá ser feito com tinta solúvel em água, como tinta acrílica, tinta látex para parede, corante marca Xadrez para tintas látex, etc.

É importante também o tipo de pincel a ser usado. O pincel pode ser chato ou redondo, porém a única exigência é de que ele deve ser macio e largo (número 16 ou maior), preferencialmente novo.

Procedimento: Primeiro pinte o modelo com a cor desejada, ou seja, a cor base. Depois de seca a tinta, deve-se preparar a tinta do Lavado ou Wash. Para isso, faça um mistura de uma pequena quantidade de tinta escura com muito solvente (1 parte de tinta e 9 partes de solvente). Use um tom mais escuro que a cor básica do modelo. Assim, se a cor básica do modelo é cinza, use cinza escuro ou preto. Se a cor básica é amarelo cor de areia, use marrom. A quantidade de solvente deve ser suficiente para que a tinta fique transparente, somente com um pouco da coloração da tinta. O Lavado ou Wash não é só a aplicação de uma tinta muito diluída, mas sim a aplicação de um líquido levemente colorido. Deve ser suficientemente diluído a ponto que o pigmento possa fluir livremente para todas as cavidades do modelo. Aplique sobre a superfície com pinceladas largas com um pincel macio. Remova o excesso de tinta com um pincel seco ou guardanapo enquanto a tinta ainda está úmida. Depois de seco, passse uma camada delicada de verniz fosco. Para as regiões mais deprimidas (como linhas de painéis), use tinta mais escura (2 a 3 partes de tinta para 8 ou 7 partes de solvente). E aplique com pincel fino. Depois retire o excesso.

É claro que, caso tenha aplicado uma camada e tenha constatado que o resultado não tenha sido o esperado, sobretudo se a camada estiver muito diluída, poderá adicionar mais tinta ao recipiente até que consiga o melhor efeito e voltar a aplicar. A utilização do Lavado ou Wash é simples e, o que é mais importante, não deve estar restrito a regras ou receitas prontas, mas sim depender do bom senso e gosto do modelista. A mudança na característica da tinta é possível devido ao longo período de secagem que a técnica apresenta. Para aplicar os washes, a melhor dica é que um lado do veículo seja lavado de cada vez. Por exemplo, se aplicarmos o wash em uma das laterais do modelo, devemos esperar até sua total secagem para aplicarmos na sua parte superior. Caso não seja obedecido esta pequena exigência, corre-se o risco de acontecer escorrimentos sobre a pintura.

Na foto abaixo você pode ver a artista Celine Turcotte fazendo o Lavado ou Wash numa miniatura de nave para o filme A Reconquista.

Na foto abaixo perceba o efeito de "velho" que a técnica do Lavado ou Wash fornece à miniatura. Note que a tinta ficou depositada nas partes mais profundas ou perto de detalhes altos, realçando-os.

2) Aplicação do Giz Pastel

O que é: O Giz Pastel parece com o giz de cera escolar, só que é usado originalmente usado por artistas e pintores para criar desenhos. É um excelente material para criar envelhecimento. E a técnica de utilização pode ser facilmente reproduzida por iniciantes. O Giz Pastel é um dos materiais mais úteis para o envelhecimento de miniaturas. Serve para simular sujeira, escorrimento de óleo, ferrugem, fuligem. O Giz Pastel é vendido em algumas papelarias e lojas especializadas em produtos artísticos e pode ser encontrado em dois tipos básicos: o Giz Pastel seco e o oleoso. Para a criação de miniaturas, o mais recomendado é o giz seco, que pode ser raspado e aplicado com um pincel. Os pastéis são vendidos em pequenos bastões avulsos e existem em vários tons e cores diferentes. As cores mais recomendadas são: preto, marrom, ocre, verde, cinza e suas tonalidades.

Na foto abaixo você pode ver caixas de giz pastel. Veja que geralmente o giz vem em bastão.

Procedimento: A técnica com pastel consiste em aplicar pó de pastel em áreas de baixo relevo e áreas redondas de alto relevo. Para usá-lo você precisa do pastel para desenho e lixa. Esfregue a ponta do pastel na lixa e separe este pó. Quando tiver em quantidade suficiente, use um cotonete, um pincel redondo ou chato. Cotonetes são bons para aplicações gerais, mas o pincel pode ser usado nas áreas onde tem que ficar com menos pó. Se você usar mais de um pastel numa mesma área, dará variedade ao envelhecimento. O segredo do envelhecimento é não exagerar. Procure usar para fazer detalhes de painéis em cascos de naves e sujar as turbinas dos motores. Para fazer as bordas dos painéis, coloque fita adesiva onde você não quer que fique. Na área que você quer esfregue. Depois quando você tira a fita você verá uma borda definida do painel. Depois aplique o verniz em spray. Use uma camada bem delicada não exagerando. Se quiser pegue uma cartolina branca e raspe o pastel

 

A cor cinza serve para simular o efeito da água de chuva sobre a fuselagem e é bom para pinturas escuras. Para simular o efeito de ferrugem use cinza com marrom ou só marrom. Para as linhas de depressão ou baixo relevo pode-se usar preto, para pinturas claras use cinza. Use preto para motores. O branco irá clarear dando a impressão de desbotado. O cuidado maior com pastel é usar uma luva quando aplicar para manusear o modelo, para evitar as impressões digitais no modelo. Caso o efeito da aplicação do pastel seja muito forte e exagerado, limpe o modelo com um pedaço de algodão umedecido em água, sempre no sentido da frente para trás. Espere secar e retire com um pincel grosso os fios de algodão que eventualmente ficaram no modelo. Depois de aplicado, é recomendado cobrir o modelo com uma camada de verniz fosco. Para um bom resultado com o pastel, uma boa dica é sempre observar em fotografias de aviões e veículos militares, os locais que mais sofrem o desgaste e a ação de fluidos. Com isso, seu modelo ficará com uma aparência muito mais interessante.

Na foto abaixo você pode ver uma grande utilidade do giz pastel, que é criar manchas escuras na fuselagem, simulando sugeira acumulada ou mesmo fuligem nas áreas que seriam perto das turbinas.

Na foto abaixo você pode ver mais um exemplo de mancha de fuselagem.

Outro exemplo de utilidade seria para desenhar linhas de painéis de naves. Observe as linhas escuras verticais na parte de cima da minitura. Todas foram feitas com giz pastel. Para fazê-las use uma régua, papelão ou mesmo fita crepe. Posicione a régua e passe o pastel ao lado da régua. Tampe com a régua o outro lado ainda sem o pastel e repita o processo.

Observe nesta foto algumas manchas feitas com o pastel.

Na foto abaixo veja que o pastel marrom foi utilizado para criar sujeira encrustada.

Na foto abaixo veja outro exemplo em que o pastel foi utilizado para criar sujeira encrustada.

Uma outra alternativa para criar envelhecimento no estilo do pastel, seria usar sombra de olho de kits de maquiagem femininos. Mas assim como no pastel, é preciso aplicar verniz para proteger.

 

3) Aplicação do Pincel Seco (ou Dry Brush)

O que é: O passo final do processo de envelhecimento é aplicação do Pincel Seco (ou Dry Brush). O pincel seco irá fazer com que os detalhes de alto relevo fiquem mais evidentes, fazendo com que a miniatura tenha aquela aparência desgastada e envelhecida. O resultado é bom e é fácil de ser obtido. Mas o principal mesmo é a sutileza.

Procedimento: Depois que a miniatura já estiver pintada e seca e você já fez o Lavado e aplicou o Pastel, o modelo está pronto para receber uma ou mais camadas de pincel seco. A tinta usada para o a técnica do pincel seco geralmente é da mesma cor básica do veículo, porém mais clareada com a mistura de branco ou um pouco mais escura, sendo mais recomendável usar cores foscas. A técnica básica é mergulhar um pincel (largo e com cerdas macias, com tamanho adaptado ao tamanho do modelo) na tinta, então pincelar a ponto de tirar a maior quantidade de tinta em papel toalha ou papelão até que o pincel esteja quase sem tinta, até quase nenhuma tinta saia do pincel. Então, pincele suavemente em áreas elevadas que você queira destacar. Passe o pincel sobre o veículo, tomando o cuidado para que esta tinta não esteja muito diluída. aplique suavemente no modelo de maneira que pegue somente os detalhes em alto relevo e bordas. Passe o pincel sempre na mesma direção, sempre molhando o pincel e secando-o no papel toalha. Você verá que à medida que você for passando, as partes mais altas ficarão com menos tinta, dando a aparência de desgaste. O tipo de cor que você quer usar depende do efeito desejado. Pincelando com prata ou alumínio é útil para simular áreas sem tinta que chegou ao metal. Você pode usar um tom mais claro que a cor básica, obtido pela adição de cor branca. Ou adicionar um tom mais escuro (adição de preto ou marrom) a cor básica, para simular sujeira grudada. A técnica é simples e fácil de se fazer, mas os resultados serão melhores quanto mais você praticar. Quanto mais você fazer, melhor será o resultado. No início procure usar um kit de montagem velho ou pedaços de plástico.

Na foto abaixo observe que os detalhes mais altos estão de cor mais clara que o restante, efeito obtido com a técnica do pincel seco ou drybrush

Uma outra técnica de Envelhecimento também muito usada é o Prateamento (ou Silvering).

Prateamento (ou Silvering): é uma técnica de se reproduzir as partes metálicas que devido ao seu uso contínuo e contato com diferentes elementos, sofrem desprendimento de partes de pintura, deixando o metal descoberto. Existem diversas maneiras de se criar o Prateamento (ou Silvering):

a) Usando lápis prateado, marcador ou caneta hidrocor prateada - são usados para criar detalhes sutis em painéis e arestas.

b) Outra técnica de prateamento seria pintar pintar toda a miniatura com tinta de cor alumínio e sobre esta aplicar a cor final. Depois de seca a pintura, começe a arrancar partes da pintura de cima, riscando, deixando a cor alumínio ser revelada.

Detalhes Adicionais

Os Detalhes Adicionais são muito usados em miniaturas de naves, para simular impactos de raios laser na carcaça da miniatura. Existem diversas maneiras de se fazer isto, abaixo, comentaremos algumas delas.

Impactos de Raios Laser - os impactos de laser são representados por manchas pretas no casco das naves. Para faze-los, você usar qualquer uma das seguintes técnicas:

a) Palito de fósforo: Coloca-se um palito de fósforo novo e apagado no ponto em que se deseja simular o impacto a laser. Depois aproxima-se a chama de um isqueiro por cima da cabeça até que o palito se incendeie. Mantenha por um pequeno tempo somente durante o tempo de duração da ignição do fósforo e retire-o imediatamente. Com esta técnica podemos obter um ponto queimado de um diâmetro apropriado e a destruição do plástico será superficial. Depois de feito nos lugares desejados, será necessário retocar um pouco com pincel e tinta preta fosca nas áreas que porventura mostrem a cor original do plástico. Ou pode-se usar pastel preto ou marrom.

b) Estalos de salão: São aqueles saquinhos muito usados em festas juninas e que quando você arremessa no chão eles estouram. Quando estouram eles deixam marcas de explosão bem caracterizadas e são ótimas para produzirem impactos de laser. Assim arremesse alguns na superfície da sua nave e você terá excelentes marcas de laser.

c) Ferro de solda: É útil para simular o aço derretido. Usa-se ferro de soldar aquecido sobre o plástico, fazendo riscos, para simular metal derretido da carcaça da nave.

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