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O uso de miniaturas como efeitos especiais é tão antigo que se confunde com a própria história do cinema. Abaixo você poderá encontrar vários temas relativos às miniaturas.

 

É claro que eles não dizem tudo a respeito do assunto, mas fornecem uma noção geral de como são construídas e filmadas.

 

Boa viagem ao mundo das miniaturas do cinema e comprove porque elas são Modelos de Perfeição!

 

  • Noções Básicas

 

  • Construção de Cenários em Miniatura

 

  • Construção de Veículos em Miniatura

 

  • Movimentação de Miniaturas

 

  • Fotografia de Cenários em Miniatura

 

  • Fotografia de Veículos em Miniatura

 

  • Fotografia Aquática de Miniatura

 

  • Miniaturas em Catástrofes

 

  • Você sabia que...

 

  • Galeria de Fotos de Miniaturas do Cinema

 

  • Mini-Curso de Construção de Miniaturas

 

  • Dicas de Construção de Miniaturas

 

  • Como você pode fazer em casa

     

     

     

    Noções Básicas

     

    Miniatura, Modelo ou Maquete?

    Com relação aos efeitos especiais, muitas vezes vemos e ouvimos as palavras "modelo", "miniatura" e "maquete" como sendo a mesma coisa. Mas será a mesma coisa? Ou existe diferença entre elas? Na minha opinião, existe sim, uma pequena diferença entre elas.

    Um modelo é uma réplica de algum cenário ou veículo, e que precisa apenas parecer no seu visual a um objeto que se queira representar. Ele não precisa fazer tudo o que o objeto faz na verdade. Assim, um modelo de avião não precisa voar de verdade, precisa, apenas, parecer com o visual de um avião. Ou seja, ao olhar o modelo, você dirá: "Puxa, é um avião!". Mesmo estando o modelo de avião aterrisado, você dirá que é um avião pois ele se parece e te faz lembrar que é um avião. Pode ser que ele até seja feito de madeira e plástico, mas o visual dele te lembrará um avião e você acreditará que é um avião!

    Os modelos podem ser em tamanho natural, em tamanho ampliado ou em tamanho reduzido. Os modelos em tamanho reduzido são menores que o objeto que se quer representar. Portanto, eles são miniaturas.

    Assim, lembre-se da regra: "Toda miniatura é um modelo, mas nem todo modelo é uma miniatura".

    Opa! Deixa ver se entendi! Um modelo de avião 10 vezes menor que um avião de verdade, ele é um modelo em tamanho reduzido, ou seja, é uma miniatura. Agora, um modelo de avião em tamanho natural ou ainda em tamanho ampliado não é miniatura, é apenas um modelo!

    Na figura abaixo, a esquerda, você vê exemplo de modelo de uma nave do filme Jornada nas Estrelas em tamanho natural. A direita você uma nave semelhante só que em miniatura.

     

     

     

     

     

Como exemplo, no filme Independence Day, para a cena em que a nave aparece perto dos atores na Área 51, foi construído um modelo em escala 1:1 com 18 metros de envergadura.

E maquete? Maquete é uma miniatura que foi criada não para ser igual a um objeto de verdade. A maquete foi criada apenas para visualizar um objeto que será construído. Assim, quando um arquiteto vai planejar o visual de um prédio, muitas vezes ele cria uma miniatura para que outras pessoas vejam como vai ficar o prédio. Quando ele está construindo a maquete, ele não está preocupado em representar todos os detalhes que teria um prédio de verdade. Pois não é interesse que seja uma cópia exata do prédio. É interesse apenas a forma e as cores, para que se possa verificar como será quando pronto. Assim, ele pode colocar carros em miniatura perto do prédio, e você verá que são carros de brinquedo, eles não te iludirão. Você verá o asfalto em miniatura por perto e verá que é preto. Mas não chegará a te enganar visualmente a ponto de não distinguir se é ou não asfalto de verdade.

Abaixo você vê uma foto de uma maquete da nave Naboo do filme Guerra nas Estrelas - A Ameaça Fantasma. Apesar da nave ser muito bem feita, ela não te engana a ponto de você pensar que é de verdade. Na verdade ela até parece de brinquedo, não é? Veja também um personagem desenhado em papel e posicionado perto da nave. Ele foi colocado ali para se comparar o tamanho de uma pessoa com o da nave. Tudo foi feito com o objetivo de visualização de como será a nave e de como pessoas e objetos ficarão perto dela.

Porque e quando usar modelos e miniaturas

 

Você já pensou qual seria o preço que ficaria para se afundar um navio de verdade em um filme? Ou já pensou como seria possível uma nave alienígena destruir a Casa Branca? Ou ainda, como seria perigoso explodir um caminhão-tanque em uma ponte? Com certeza, essas cenas são muito mais fáceis de serem conseguidas se forem usadas miniaturas.

 

As miniaturas são usadas principalmente para:

 

  • Cenas caras: Muitas cenas ficam mais baratas se forem usadas miniaturas. Foi isso o que aconteceu no filme Exterminador do Futuro I, quando um caminhão-tanque explode com o exterminador dentro. Ficou muito mais barato explodir um caminhão em miniatura do que um de verdade.

  • Cenas difíceis ou mesmo impossíveis: No filme Independence Day, naves alienígenas destroem a Casa Branca e o Empire State. Como é impensável e impossível destrui-los, a melhor solução foi construir miniaturas e então destrui-las. No filme Vingador do Futuro, uma das cenas mais impressionantes do filme é aquela em é mostrada uma paisagem marciana futurista. Para conseguir tal cena impossível, foram usadas miniaturas.

  • Cenas perigosas: No filme Twister, um violento tornado arremeça pelos ares um enorme caminhão-tanque que depois cai e então explode. Como seria difícil, caro e principalmente muito perigoso destruir um caminhão-tanque de verdade, os modelos foram a solução. Para isso, os artistas de efeitos especiais construiram um modelo de caminhão-tanque do tamanho de um de verdade. Só que usaram materiais muito mais leves. No filme Exterminador do Futuro I, a cena em que o caminhão-tanque explode com o exterminador dentro deveria ocorrer em frente a uma delegacia de polícia, em que eram guardados helicópteros e armamentos. Dessa forma seria muito perigoso explodir um caminhão-tanque de verdade em frente a um lugar destes, o que justifica o fato do departamento de polícia não ter liberado o local para a filmagem da cena. Do mesmo jeito, as miniaturas foram a solução.

 

 

Escala

A escala é um conceito muito importante quando se vai construir um modelo ou miniatura. Ela define a relação do tamanho do modelo ou miniatura, com o objeto que se quer representar.

As escalas podem ser natural, de ampliação e de redução. Um modelo construído na escala natural significa que ele foi construído do mesmo tamanho que o objeto de verdade. E a escala natural é representada assim: escala 1:1 (lê-se: 1 para 1). Se um modelo é construído 10 vezes maior que o objeto de verdade (escala de ampliação), será representado assim: escala 10:1 (lê-se: escala 10 para 1). Agora se um modelo é construído 10 vezes menor que o objeto de verdade (escala de redução), fala-se que que é uma miniatura em escala 1:10 (lê-se: um para 10).

Mas qual a importância prática da escala? A escala é importante para se ter idéia do tamanho que será o modelo, e principalmente, da miniatura.

Por exemplo: suponha que um diretor de um filme quer filmar uma cena de explosão de um prédio de 20 metros de altura. E ele optou por usar uma miniatura de prédio que será explodida. Que tamanho de miniatura, ou seja, que escala o diretor deverá usar para construir a miniatura?

Quando se vai escolher a escala de uma miniatura, é importantíssimo escolher o tamanho certo para que o resultado seja bastante realista, a ponto da platéia não ter a capacidade de diferenciar se a cena foi feita com um prédio de verdade ou com uma miniatura.

Será que se o diretor usar uma miniatura de prédio de 20 cm dará certo? Será que o fogo, a fumaça e os destroços da explosão do prédio parecerão reais quando forem filmados?

Para responder estas perguntas é preciso ter algumas informações. Normalmente, miniaturas em que aparecem fogo, água e fumaça não ficam muito realistas se forem construídas mais que 4 vezes menores que o objeto de verdade. Ou seja, uma miniatura com fogo, água ou fumaça feita 10 vezes menor (escala 1:10) será menos realista do que se a miniatura for feita 4 vezes menor (escala 1:4). Isto ocorre porque o fogo terá tamanho de chamas e de fumaça desproporcional em relação à miniatura. Além disso, o movimento das chamas e da fumaça será também desproporcional e dará um efeito "esquisito" e inevitavelmente falso! O mesmo ocorre com a água. Um navio em escala 1:3 (3 vezes menor) num mar parecerá menos falso do que um em escala 1:10 (10 vezes menor). A forma das ondas e o movimento da água parecerão mais reais com a miniatura em escala 1:3.

É por isso que os artistas de efeitos especiais quando vão filmar cenas em que aparecem juntos miniatura, fogo, fumaça e água, preferem usar escala 1:4, ou seja, miniaturas 4 vezes menores. É claro que não existe uma regra ou lei, mas os melhores resultados são obtidos quando usada esta escala.

Quando as miniaturas representam objetos do dia-a-dia, como carros, trens e casas, sem necessariamente aparecer fogo, água ou fumaça, os artistas dos efeitos especiais usam muito escalas de 1:8 a 1:4, ou seja, miniaturas de 8 a 4 vezes menores. Da mesma forma, isto não é uma regra, é apenas um resultado de experiências bem sucedidas, ou seja, tentando, errando, acertando e aprendendo.

Mas vale lembrar que é importante ter bom senso. Na estória do filme Independence Day, algumas naves alienígenas deveriam ter 24 Km de comprimento. Ora, então o que seria certo? Construir miniaturas 4 vezes menores, ou seja, com 6 Km??? Não... isto seria absurdo! Ao invés, os técnicos usaram uma escala de 1:6000, ou seja, as miniaturas seriam 6000 vezes menores, tendo então 4 metros de comprimento. Com 4 metros de comprimento, elas seriam razoavelmente grandes para parecerem na lente da câmera (o que é bom) e ao mesmo tempo, teriam um tamanho que permite controla-las e movimenta-las.

Então, vale também o bom senso.

Mas, afinal de contas, o que determinará então o tamanho (ou seja a escala) de uma miniatura?

 

A escala dependerá :

  • De outros elementos envolvidos na cena - Fogo, água, fumaça, poeira são comumente requeridos, mas todos possuem problemas quando filmados em miniatura, pois podem não se parecer e comportar realisticamente. Por isso, a escala não pode ser muito pequena, o mínimo é 1:4, pois menor que isso as chamas e fumaça não pareceriam naturais. Quando não tiver estes elementos, miniaturas construídas em escala de 1:8 a 1:4 (miniaturas de 4 a 8 vezes menores) fornecem bom resultado.

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  • Da ação que a miniatura terá - O tamanho da miniatura depende considerações como a profudidade de campo requerida para determinada filmagem e a massa necessária para digamos, fazer um desastre de avião parecer verdadeiro. Ou seja, para que uma miniatura de avião caia no chão e pareça um acidente de verdade, ela precisará ter peso. Assim, uma miniatura de avião feita de papel não parecerá mais realista quando cair do que uma feita de fibra de vidro ou madeira.

 

  • Das funções da miniatura - Algumas miniaturas devem ser o suficientemente grandes para conter motores elétricos, baterias, luzes, ventiladores para evitar o superaquecimento. Assim, se a miniatura tem luzes internas, motores para abrir suas portas e uma bateria para fornecer energia, ela não poderá ser feita muito pequena, pois caso contrário, estas coisas não caberão dentro dela.

 

Tudo isto tem que ser levado em conta quando uma miniatura for construída para efeitos especiais em filmes.

 

 

Projeto

Mas antes de construir uma miniatura, é importante planejar a construção. É preciso fazer uma planta de construção ou blueprint. A palavra blueprint vem da língua inglesa e significa "impressão azul" e diz respeito aqueles projetos de engenharia feitos em papéis enormes e impressos com tinta de mimeógrafo azul. É claro que desde a melhoria das máquinas de xerox e da evolução de desenhos em computadores e de impressoras de grande porte (Plotters), os blueprints ficaram menos comuns hoje em dia.

A planta de construção ou blueprint é um desenho esquemático que mostra o maior número de detalhes possíveis e importantes para se construir uma miniatura. Nesta planta de construção, geralmente são colocados desenhos que mostram a miniatura por cima, de lado, de frente, de trás ou conforme a dificuldade de construção, duas ou mais vistas podem ser colocadas. Além disso, uma vista em perspectiva (de ângulo) costuma também ser representada.

Para você melhor ser informado sobre Projeto, Plantas de Construção ou Blueprint visite a secção Desenho Técnico da MSFX.

 

 

Tipos de Miniatura

 

Basicamente, em termos de efeitos especiais do cinema, encontramos 2 tipos de miniaturas:

 

  • Miniaturas de Cenários - representam as paisagens naturais (montanhas, florestas, etc) e as paisagens artificiais (cidades, prédios, casas, etc).

 

  • Miniaturas de Veículos - representam as naves espaciais, os aviões, helicópteros, carros, trens, submarinos, navios, etc.

 

 

Um Pouco de História

As Miniaturas têm sido usadas no cinema desde que o mágico e diretor francês de cinema George Meliés fez em 1902 o filme Uma Viagem à Lua. Miniaturas precárias foram usadas para criar eventos históricos como em The Battle of Manilla Bay feito pela Vitagraph na virada do século. Naquela época os efeitos eram feitos com recursos inesperados como o charuto do produtor para simular fumaça de explosões, batedor de ovos para gerar ondas num oceano em miniatura, explosões de montinhos de pólvora acionadas por cigarros presos em varetas, etc. Na década de 20, o também mágico e diretor alemão, Fritz Lang, elevou o status das miniaturas através do seu filme Metrópolis. Este filme demorou quase 2 anos para ser terminado. Dizem que exigiu quase 1 Km e meio de estradas em miniatura, consumindo quase metade do orçamento do filme (2 milhões de dólares), algo assombroso para a época. No filme de 1929, A Mulher Na Lua, os artistas de efeitos especiais usaram miniaturas para as cenas com o foguete. Para criar a ilusão da nave orbitando ao redor da Lua, eles usaram uma miniatura de Lua feita de papel machê. Esta miniatura foi colocada girando em um eixo e perto da lente da câmera. Na aventura de George Pal de 1950, Destino À Lua, foi usada uma miniatura de 1,20 metros para as cenas distância do foguete. Para as cenas em que o foguete deveria parecer perto dos atores foi construída apenas uma secção da cauda do foguete em tamanho natural (escala 1:1). Nos anos 40 numa famosa série chamada Homem-Radar da Lua eram usados efeitos de miniaturas com pirotécnica. A série elevou os efeitos em miniatura ao ponto de que tudo era possível.

Uma das miniaturas mais famosas de todos os tempos foi a nave Enterprise. A nave original foi concebida pelo criador de Jornada nas Estrelas, Gene Rodenberry, e pela equipe de efeitos supervisionada por Howard A. Anderson Jr. Matt Jefreys projetou a Enterprise e num trabalho conjunto com Richard (Dick) Datin e levou cerca de 3 meses para desenvolver os materiais e construir a Enterprise. Dick Datin construiu a miniatura em madeira para que Gene Rodemberry o aprovasse e após tê-lo visto ele fez algumas modificações. Depois disto foi construido o modelo ampliado que tinha cerca de 4 vezes (cerca de 3,5 metros) o tamanho do pequeno.

 

Construção de Cenários em Miniatura

 

O modelo de uma paisagem envolve preocupações totalmente diferentes de uma miniatura de uma espaçonave. Com relação a cenário, criar um ambiente verossímil é mais importante que a precisão técnica. Paisagens em miniatura são freqüentemente usadas para criar locações estilizadas. Uma outra utilidade importante é criar ambientes logisticamente impossíveis, como por exemplo, as paisagens marcianas de O Vingador do Futuro. Os cenários em miniatura podem ser montados tanto em ambiente aberto como em estúdio, onde luz e movimento de câmera podem ser controlados.

 

Florestas - Como em qualquer assunto de efeitos especiais, o que vale mesmo é criatividade. Assim, não existe uma regra para se criar Florestas em miniatura. Geralmente, os solos podem ser de verdade (montado num terreno de verdade) ou em plataformas de madeira montadas nos próprios estacionamentos das empresas de efeitos especiais. Sobre as plataformas, os artistas colocam plásticos grossos (tipo lonas) ou mesmo carpetes. Sobre as lonas e os carpetes, eles colocam terra de verdade, plantas e troncos pequenos de verdade. Ao fundo eles colocam pinturas para expandir a visão mas também tem hábito de filmarem com céu de verdade.

Fotos mostrando a montagem de uma cena do filme Retorno de Jedi. A cena deveria mostrar um veículo do império sendo destruído pelos Ewoks na floresta de Endor. Para isso, a Industrial Light and Magic (ILM) construiu um cenário em miniatura da floresta de Endor. Sobre uma plataforma elevada feita de madeira, os artistas colocaram um tipo de lona plástica para se criar um chão inclinado. Em seguida adicionaram partes de troncos de árvore e pintaram a lona com cor de terra e adicionaram pequenas pedras, terra e plantas de verdade. Atrás deste cenário, foi colocado um fundo ou tela de pintura de árvores a distância para expandir mais a visão da floresta e dar falsa idéia que a floresta era grande. Acima e ao lado deste cenário em miniatura, eles colocaram um tipo de rede para que sejam projetadas sombras no chão, dando a idéia de sombras de árvores de uma floresta densa. Isto deu uma idéia de floresta densa e repleta de árvores.

 

Nas fotos abaixo, você pode notar: 1) montagem dos troncos e do chão sobre a base de madeira; 2) Montagem do cenário com árvores; 3) e 4) artistas pintando a tela de fundo; 5) montagem da cena com o veículo e a rede (para projetar as sombras) ao lado; 6) Cena final.

Para o filme Jornada nas Estrelas VII, em uma das cenas a Enterprise cai sobre uma floresta alienígena. Esta floresta foi construída pelo departamento de modelos da ILM. Era um cenário em miniatura com 13 metros por 33 metros montado ao ar livre no estacionamento da ILM. Sobre uma estrutura de madeira (madeira compensada), tinha montanhas de isopor (de pelo menos 3 metros de altura), tudo coberto com 762 metros quadrados de carpete usado de escritório para fornecer um suave terreno deslizante para a queda da nave. Depois foi aplicado um spray de espuma de borracha e em seguida pintado. Depois o mini-cenário foi maquiado com dez mil plantas secas de 25 a 35 cm de altura, sujeira, pó, e uma cobertura de musgo com 15 a 20 cm de espessura na área da colisão e deslizamento da Enterprise.

No filme Always foi preciso construir miniatura de uma floresta. Para criar as árvores, os artistas da ILM usaram pinheirinhos de natal, sendo que sua raíz foi colocada dentro de canos de aço para sustentar e também foram amarrados em barras metálicas (são barras usadas em construção para alicerces de casas, também conhecidas como barras CA-50) para dar maior sustentação.

Céu com Nuvens - As nuvens em miniaturas geralmente são feitas com algodão ou fibra de poliéster usada para encher travesseiros. Estas mini-nuvens são presas com linhas finas (linhas de nylon para pesca), presas por suporte ou sobre vidro transparente.

Para o filme Explorers, as nuvens de um céu noturno foram simuladas com algodão. Nas figuras abaixo você pode ver as formas mais comuns de se dispor o algodão para imitar nuvens. Na primeira figura você vê o algodão sobre linhas finas (semelhantes às linhas de pesca). Lembrando que quando o céu é escuro deve-se usar linhas escuras e quando é claro, usam-se linhas claras ou transparentes. Desta forma dá-se a idéia de que elas estão flutuando. Na outra figura você pode ver o algodão preso em suportes e sobre plataformas. Desta forma é possível sustentar grandes quantidades de algodão, mas deve-se ter o cuidado para a câmera não focalizar os suportes. A terceira figura mostra outra técnica que seria de dispor o algodão sobre um vidro ou plástico transparente. Desta forma é possível ver o que está por debaixo deste vidro, no caso um mini-cenário de cidade. Nesta última técnica é importante que a iluminação da cidade (embaixo) seja mais intensa que a em cima deste virdo para evitar reflexos. Na última figura você pode ver o resultado final.

A cena de abertura do filme Morrendo e Aprendendo mostra uma vista aérea noturna de São Francisco por volta de 1959. Para isso, foram utilizadas miniaturas construídas pela empresa Forward Productions dos irmãos Denis e Robert Skotak. As nuvens foram feitas de fibra de poliéster, um tipo de algodão usado para encher travesseiros. Todo o mini-cenário foi iluminado com uma luz tênue azul, algumas nuvens tinham luz amarela por debaixo. As nuvens eram presas em finos fios pretos ou ficavam presas em suportes que eram movimentados quando a câmera se aproximava, dando a idéia de abrir passagem para a câmera passar. Para fazer um céu estrelado usaram um fundo preto opaco e não brilhante com pedacinhos de fita metálica refletiva simulando estrelas. Dessa forma, quando a câmera se movia, as estrelas pareciam piscar.

Cenários de Neve - Para se criar superfícies de neves em miniaturas existem diversas maneiras e materiais. Geralmente, a neve para cenários em miniatura é simulada com fermento em pó ou até pó de gesso, sobre uma superfície qualquer ou mesmo sobre uma outra branca.

 

No filme O Império Contra Ataca, uma das cenas mais impressionantes era a que mostrava os andarilhos imperiais sobre o gélido planeta da base dos rebeldes. Os andarilhos eram miniaturas movimentadas pela técnica de animação quadro-a-quadro. Mas para que a cena fosse ainda mais realista, os artistas da Industrial Light and Magic (ILM) criaram uma miniatura de cenário de uma superfície de neve. Para isso, criaram em estúdio uma base de madeira (um tipo de mesa) e sobre ela colocaram um plástico branco parecido com aqueles plásticos encorpados usados para cobrir mesas comuns. Ao lado desta mesa eles colocaram um pintura mostrando montanhas e nuvens (primeira figura). Em seguida eles aplicaram em alguns trechos uma massa branca (semelhante à massa corrida usada em paredes) para dar alguns detalhes (segunda e terceira figura). Mas sobre quase toda a superfície eles aplicaram uma generosa camada de fermento em pó (quarta figura), estes comuns usados para fazer bolos. Na última figura você pode ver a cena final.

Para o filme Duro de Matar 2, em uma das cenas um avião de passageiros faz uma aterrissagem desastrosa sobre uma pista coberta de neve. Para isso a ILM usou miniaturas do avião e da pista. A pista coberta de neve foi simulada com pó de gesso (ou pó de giz). Na figura abaixo você pode ver a miniatura do avião sobre a pista.

Cenários montanhosos - Existem diversas maneiras de se criar cenários montanhosos. Uma muito usada seria recobrir com folhas de alumínio uma estrutura feita de tela de galinheiro ou de gesso, que pode ser montada em plataformas e ao ar livre ou com uma pintura de fundo por trás. Um outro material também usado para se criar as rochas seria a espuma de uretano e em menor freqüência de uso, o isopor.

As folhas de alumínio são aquelas que você já conhece e já viu, ou seja, aquelas de se embrulhar alimentos. Quanto mais encorpada a folha, melhor. As espuma de uretano se assemelha com o isopor só que é menos porosa e pode ser encontrada em densidades diferentes. A espuma de uretano tem a mesma facilidade de uso que a madeira tem, só que melhor ainda. Assim, com a espuma de uretano é possível entalhar, lixar, esculpir, como a madeira, só que melhor.

Para o filme Always, a ILM construiu uma paisagem rochosa de cerca de 80 metros de comprimento por 10 metros de largura, com uma estrutura de canos metálicos de 2,5 cm de diâmetro e ripas de madeira. Sobre esta estrutura, eles recobriram com tela de galinheiro e sobre esta tela eles aplicaram folhas de alumínio comum. Depois eles pintaram de cor de terra e maquiaram com terra, matos, pequenas árvores, pedras e outras sujeiras. Na primeira figura você vê a parte traseira da estrutura, mostrando os canos, as madeiras e a folha de alumínio que constitui as rochas. Na outra foto, você paisagem rochosa de frente.

Numa das cenas do filme Mortal Kombat: Annihilation, a técnica da folha de alumínio foi também usada. Os artistas criaram tubos com paredes cobertas de folha de alumínio amassado e pintado com tinta preta. Na figura da esquerda, você pode ver partes da folha de alumínio emendadas e ainda sem pintura. Na figura da direita pode-se ver com mais detalhes a superfície amassada da folha de alumínio pintado de preto.

Para o filme, Indiana Jones e o Templo da Perdição, algumas montanhas foram feitas usando-se folha de alumínio amassada sobre uma estrutura de gesso. Esta estrutura de gesso era esculpida com as formas aproximadas do que se queria para a montanha. Depois eles recobriram com folhas de alumínio amassadas e depois pintaram com a cor desejada para imitar a montanha. Para criar os detalhes da neve sobre a superfície da montanha eles aplicaram gesso líquido ou tinta branca e depois polvilharam com fermento em pó. Na primeira figura você vê a parte traseira da montanha de gesso e folha de alumínio na segunda foto a frente da montanha. Na terceira foto, é possível ver uma mini-câmera correndo em trilhos de uma miniatura de túnel. Esta foto se refere às cenas em que aparecem Indiana Jones sendo perseguido dentro de uma mina no filme Indiana Jones e o Templo da Perdição. Observe que as paredes do túnel também foram feitas com folha de alumínio amassado e pintadas de marrom para imitar as rochas.

Para o filme Alive, que conta história de um acidente aéreo nos Andes, a ILM construiu uma miniatura de montanha esculpida com gesso e coberta com folhas de alumínio. Em seguida, pintaram com cor de rocha e polvilharam com fermento em pó para simular neve. Toda essa miniatura de montanha estava montada em uma estrutura de metal e madeira e tinha um fundo pintado por trás, para imitar o céu que estava na cena real feita com os atores. Tanto esta miniatura e a do avião foram colocadas ao ar livre no estacionamento da ILM para serem filmadas.

Para um episódio de Jornada nas Estrelas Deep Space Nine, foi preciso conseguir uma superfície de um planeta hostil e tempestuoso. Como não existe tal locação, foi então construída uma miniatura de 6 metros por 5,5 metros. Para isso, o modelista Gregory (Greg) Jeinfoi encarregado desta tarefa. Greg é veterano de filmes como Caçada ao Outubro Vermelho, Jogos de Guerra e Contatos Imediatos do Terceiro Grau. Segundo Greg Jein, "fazer modelos é uma terapia, é como tecer cestas, se não fizesse algo com as mãos, fico louco". A superfície hostil do planeta deveria ser rochosa, com vários picos altos e penhascos. Para isso, os picos foram entalhados em espuma de uretano, um material semelhante ao isopor só que mais duro e menos poroso. O entalhe foi feito inicialmente com ferramentas como machadinhas para formar os cortes deste pico. Em seguida usaram raspadores para alisar um pouco a superfície. Depois, usaram ferramentas de ponta para fazer ranhuras neste pico, típicas de uma encosta rochosa. Como a superfície rochosa do planeta tinha regiões de desfiladeiro, primeiro os modeladores criaram um versão reduzida do desfiladeiro numa chapa de espuma de uretano. Esta maquete serviu apenas para visualizar como deveria ser na miniatura final. Depois eles transferiram o desenho deste desfiladeiro para pedaços maiores do mesmo material e que farão parte da miniatura final. Para transferir eles usaram o método do quadriculado. Neste método, eles traçam riscos horizontais e verticais feitos com lápis formando, por exemplo, um quadriculado com quadradinhos de 1 cm de lado. Assim, por exemplo, se na versão final o desfiladeiro deverá ser quatro vezes maior, eles desenham na chapa que será o desfiladeiro final, quadradinhos de 4 cm de lado. Assim, basta ir observando na maquete e tentando reproduzir na chapa maior. Para dar a forma recortada típica do desfiladeiro, os escultores raspam a beirada destas chapas com escova de pêlos metálicos (escova de arame). Assim que as peças estão prontas, elas são montadas sobre plataformas de madeira em um estúdio, gastando um dia inteiro. Greg Jein e sua equipe gastaram 3 semanas para construir 62 peças que constituem a paisagem infernal do planeta. Para criar a ilusão de tempestade nesta miniatura, o planeta é coberto com uma névoa feita de nitrogênio líquido ou LN2 a 160 graus negativos. Para fazer relâmpagos, eles usaram lâmpadas que piscam como flashs de máquinas de fotográficas. Essas lâmpadas são controladas por computador para que combine com as luzes que fazem os relâmpagos na cena já filmada com os atores reais.

Para o filme de viagem cinematográfica StarQuest, a equipe de modeladores lideradas por David Goldberg da DreamQuest Images construiu uma miniatura de paisagem lunar com 93 metros quadrados, com superfície e picos rochosos feitos com isopor.

Em uma das cenas do filme Risco Total, um helicóptero colide com um penhasco. Para fazer essa cena, o supervisor de efeitos especiais, Neil Krepela, decide realiza-la com miniaturas. O penhasco em miniatura é na realidade um estrutura de andaimes de metal (a mesma usada para construção civil) e madeira. Sobre esta estrutura foi aplicada tela de galinheiro. Em seguida eles aplicaram uma espuma de poliuretano que depois de seca torna-se bem rígida. No final, o penhasco em miinatura tinha cerca de 18 metros de altura.

As miniaturas também ajudam os cineastas a criarem um mundo que só existiria em filme. Em uma das cenas do filme 007 O Mundo Não É O Bastante, 007 dirige sua BMW por um campo de petróleo no Oriente Médio. Na cena seguinte em que chega a um lugar montanhoso de floresta, ela teve que ser filmada na Espanha. Como o diretor queria que a BMW de James Bond fizesse uma transição dos campos de petróleo para a floresta em uma só tomada, a solução foi construir uma miniatura do cenário desejado na escala 1:8 e que une um campo de petróleo a uma área de floresta. A esquerda do mini-cenário, o campo de petróleo foi construído detalhadamente com as bombas de extração de petróleo e poças de óleo. Do outro lado foi construída uma miniatura da floresta com pinheiros. Uma estrada empoeirada unia os dois cenários. O mini-cenário foi montado em uma espécie de mesa de madeira.

Umas das cenas mais cativantes de As Loucas Aventuras de James West era sem dúvida aquelas em que aparecia a tarântula mecânica gigante. Em uma delas, a tarântula movida a vapor é vista pela primeira vez em Monument Valley e parece estar cercada por rochas gigantescas. Então, ela destrói as rochas, como uma demonstração de poder e em seguida sai. Como não era possível explodir as rochas verdadeiras em Monument Valley a solução foi construir uma miniatura deste cenário, já que a tarântula mecânica seria construída em computação gráfica. À frente da equipe de modelistas da ILM estava Lorne Peterson. Para reproduzir 3 rochas de 66 metros de altura foram usadas miniaturas de 3,3 metros de altura em escala de 1:20. A parte mais difícil era fazer a destruição dos modelos. Era importante que não caíssem simplesmente e atrapalhassem a passagem da tarântula. Não podiam deixar que caíssem inteiras, ou seja, uma única peça inteira caída no chão, deveria parecer como uma demolição de um prédio. Para isso as rochas foram feitas de uma espuma rígida de uretano. Depois foram pré-cortadas como um quebra-cabeça. Para ficarem juntas usaram um produto industrial que vêm na forma de pó depois que se misturado ao álcool, vira uma espécie de lama e que seca depois de algum tempo. Depois de seca ela é quebradiça. Dentro de cada de coluna de rocha havia um tipo de rolha presa a um fio. No momento da explosão, esta rolha é puxada e então sai quebrando a massa no interior, fazendo com que os pedaços de rochas se separem um dos outros e então desabem. Veja o esquema abaixo. A pedra central mostra uma visão interna da rocha.

No filme Supernova, um dos personagens (Nick) encontra a Mina de Titan abanadonada, uma cena que foi conseguida com miniaturas, tela verde e matte paintings. O interior da mina de Titan foi feito num hangar, onde as equipes de cena ao vivo tinham filmado. O exterior incluia uma ponte de 13,2 metros de comprimento e 2 torres de aterrissagem, com uma tela verde pendurada em áreas apropriadas para que as peças do set pudessem ser unidas com modelos e extensão de set em 3D. Entre estes modelos, estava uma elaborada encosta em miniatura, construída em escala de 1:220, o qual era um exterior de mina e superfície lunar ao redor. "A miniatura da paisagem foi esculpida em em espuma de uretano por Eric Alfred e sua equipe, " diz Scott Schneider. "Nick Seldon estava encarregado da estrutura metálica da mina, a qual era uma combinação de partes de kits de modelos para montar e plástico estireno preto. Todo o set da mina foi construído em 4 semanas."

Cenários com túneis - os cenários com túneis são muito usados quando se deseja, por exemplo, fazer com que uma grande enxurrada ou torrente de água escorra dentro deste túnel e persiga os heróis da estória. Neste caso, para fazer com que a água escorra dentro do túnel, a primeira parte dele precisa ser ligada a uma caixa d'água. Assim, quando a água é liberada da caixa d'água, ela escorrerá pelo túnel. É claro que, quanto mais alta for a caixa d'água, maior será a força e velocidade com que a água escorrerá pelo túnel.

 

 

No filme Indiana Jones e o Templo da Perdição, uma das cenas mais emocionantes era aquela em que Indiana era persequido dentro de um túnel por uma enxurrada gigante. Assim como em outros filmes que mostram água escorrendo dentro de túneis, os artistas da ILM usaram miniaturas. Eles criaram um túnel em miniatura, todo fechado, em que uma das extremidades cairia água vindo de uma caixa d'água acima deste túnel. Assim, todo o cenário deste túnel tinha de ser montado dentro deste cenário que possuía janelas para que os artistas pudéssem entrar e montar a miniatura. Na primeira foto você pode ver o túnel metálico e com uma parte ligada a uma caixa d'água. Na segunda foto, pode-se ver a entrada do túnel e que será o local que a câmera filmará. Observe que nem tudo é high-tech: veja o papel celofane amarelo colocado em frente a luz para dar um efeito de cenário quente! Na terceira foto o modelador Lorne Peterson está colando os trilhos do vagão. E na última foto, pode-se ver Indiana Jones em frente o túnel, uma cena conseguida combinando a cena do ator com a miniatura.

Cenários urbanos (prédios, edificações, etc.) - geralmente prédios e casas são construídos de madeira compensada, construindo-se somente as partes que serão filmadas pela câmera, justamente para baratear o custo. Os plásticos, principalmente o estireno, são usados com mais freqüência para se criar estruturas de menor espessura, como por exemplo, simular a estrutura metálica de uma ponte. O acrílico comum (conhecido como Plexiglass) é também usado quando se deseja transparência, por exemplo para fazer uma miniatura de prédio de vidro. Quando se deseja mais realismo às casas e prédios, principalmente nas cenas de destruição, o gesso é muito usado, pois quando se quebra lembra muito concreto se quebrando. Muitas vezes, em alguns filmes, é necessário que, por exemplo, uma casa de madeira se quebre ou seja queimada. Nesses casos, usa-se madeira balsa, pois ela é leve e quebradiça.

 

 

Para uma das cenas do filme Apollo 13, o astronauta Jim Lovell, interpretado por Tom Hanks, acompanha um senador e sua comitiva numa visita a VAB ou Unidade de Montagem de Foguetes da NASA, onde estava sendo montado o foguete Saturno V. O diretor Ron Howard concluiu que seria impossível filmar nesta enorme unidade de montagem, o que precisaria de uma iluminação suficiente para uma pequena cidade. Para isso, o supervisor de efeitos visuais, Rob Legato da Digital Domain, sugeriu filmar os atores contra um fundo verde de depois retirar este fundo colocando cenas de uma miniatura desta unidade de montagem. Para se criar esta miniatura, os modeladores da Digital Domain tiraram várias fotos do cenário real como referência. O cenário foi projetado na escala 1:24, tinha quase 4 metros de altura, 4,5 metros de largura e 6 metros de profundidade. Foi montado com paredes de plástico estireno. Oito modeladores levaram mais de 1.500 horas para construir e finalizar este cenário. O detalhe tem papel importante na veracidade dos modelos. "Por experiência sabemos quanto detalhe é preciso, fazemos um registro do local, dos detalhes, porque muitas vezes mudamos as peças para lugares que permitem ângulos de câmera melhores" diz Leslie Ekker, chefe da equipe de modeladores da Digital Domain. Escadarias, tanques de gás e latas de lixo realçam o realismo na tela. O resultado é uma reprodução detalhada e realista de um dos maiores prédios do mundo, incluindo o foguete Saturno V.

 

Para o filme A Rede, a cena em que o avião Cessna 172 colide com chaminés foi obtida com miniaturas. Para isso, Paul Pierson da Proper Effects Incorporated construiu as mini-chaminés que serão atingidas pelo Cessna em miniatura. Elas são 4,5 vezes menores que as verdade (escala 1:4,5), tendo cerca de 7 metros ao invés de 30 metros. Elas são feitas de madeira revestida com metal flexível, são ocas tendo apenas a metade da frente. Corrimão e escadaria acrescentam realismo às mini-chaminés. São pintadas de cinza claro e depois aplicam cinza um pouco mais escuro com esponja de banho (espuma comum) para simular a porosidade típica de cimento. No alto das mini-chaminés é aplicado spray de tinta preta para imitar manchas de fumaça.

 

A cena de abertura do filme Morrendo e Aprendendo mostra uma vista aérea noturna de São Francisco por volta de 1959. Para isso, foram utilizadas miniaturas construídas pela empresa Forward Productions dos irmãos Denis e Robert Skotak. Foram construídas 200 miniaturas de pequenos prédios feitos de um plástico transparente chamado plexiglass (acrílico comum transparente). Esses prédios foram então pintados de preto, deixando-se somente o espaço das pequeninas janelas sem pintar. Luzes colocadas dentro destes prédios de plástico transparentes dão a ilusão de prédios iluminados. Eles foram pintados de preto pois a cena era noturna. Momentos depois, um ônibus de passageiros derrapa e cai de uma ponte. Para isso construiram uma miniatura da ponte e prédios ao redor e do ônibus. A ponte tinha uma mureta que deveria se romper com o impacto com o ônibus. Ela foi feita de um material semelhante a isopor, chamado de espuma de uretano e não era colada na ponte, justamente para se soltar com o impacto. Os prédios ao redor tinham apenas a frente eram feitos de madeira compensada.

 

No filme O Juíz, Sylvester Stallone interpreta o implacável juíz Dredd na futurística cidade Mega City 1. Para criar as cenas com os enormes prédios que deveriam chegar 600 metros de altura foi usado o recurso das miniaturas. Joel Hynek, supervisor de efeitos especiais coordenou a equipe da Mass Illusion que construíria a gigantesca Mega City 1. Cerca de 40 modelistas passaram 6 meses construindo miniaturas de madeira, plástico, e plexiglass (acrílico comum transparente). As miniaturas menores foram envelhecidas usando tintas acrílicas em tubo (aquelas usadas para pintar quadros) aplicadas diretamente com o dedo. Atrás de cada uma das 160.000 janelas transparentes dos prédios tinha luzes e fotografias de interiores de apartamentos. Este truque deu um aspecto mais realista aos prédios, criando a idéia de apartamentos diferentes. Grande parte das luzes que iluminavam o exterior da cidade também era em miniatura para ficar mais real. A cidade em miniatura tinha 3 metros de altura por 6 metros de largura.

 

Uma das cenas mais conhecidas do filme Independence Day é a cena de destruição da Casa Branca. Para consegui-la, foram usadas miniaturas. Tanto a Casa Branca como a nave são miniaturas, filmadas separadamente. A Casa Branca era uma miniatura em escala de 1:10 de 1,5 metros de altura por 4 metros de largura. A partir de fotografias, os modeladores esculpiram várias partes. Depois eles tiraram moldes de silicone destas partes para criar réplicas de gesso que depois foram pintadas. Todas as partes da Casa Branca estavam apoiadas em uma moldura quadrada de aço. Para conseguir um efeito mais realista a miniatura é constituída de módulos. O primeiro módulo ou plataforma era constituído pela miniatura propriamente dita da Casa Branca. Elas estava apoiada nesta plataforma (semelhante a uma mesa) e que tinha um plástico preto para cobrir os pés desta mesa. Na frente deste módulo ou mesa eles colocaram pequenas árvores em vasos, de forma que os vasos não seriam visíveis, somente as árvores. Na frente desta árvores foi colocado uma plataforma ou mesa com tampo inclinado (mais alto perto da miniatura e mais baixo longe da miniatura) e que tinha um gramado com pequenas flores e uma grade de metal em miniatura imitando um portão. Esta plataforma era inclinada para acentuar a perspectiva, dando a ilusão de estar mais longe. Durante a filmagem, a câmera foi posicionada antes do gramado com a grade. Assim, o gramado estava mais perto, depois estava as árvores e por último a Casa Branca. Sobre a Casa Branca, eles colocaram fortes luzes em cima de uma chapa plástica azul transparente, para dar a ilusão do brilho azul do raio destruidor da nave alienígena. Na figura a esquerda você pode ver o esquema usado e na direita a cena final.

Para o filme Terremoto, as cenas de destruição da cidade foram feitas usando-se miniaturas. Glen Robinson e sua equipe recriaram criaram locais conhecidos de Los Angeles em miniatura, construindo prédios e até latas de lixo. As miniaturas dos prédios foram colocadas em uma plataforma elevada (semelhante a uma mesa) para serem filmadas contra um céu de verdade, ficando assim mais realista.

 

Para o filme Na Roda da Fortuna, o supervisor de modelos, Mark Stetson, coordenou uma equipe de 31 modeladores para criar um visão estilizada da Nova Iorque de 1958. A miniatura da cidade foi construída na escala 1:24 e foi baseada em fotografias de prédios reais. Vinte arranha-céus foram feitos, a altura dos prédios variou entre 3 a 12 metros, no total eram mais de 9.000 mini-janelas. Para dar credibilidade à cena, eles acrescentam pedestres, placas e carros nas ruas em miniatura. Os prédios são construídos de madeira compensada, tem apenas a parte da frente (que é a parte que irá aparecer), as janelas tem vidro e são iluminadas por trás. Depois eles pintam os prédios com tinta em spray (com aerógrafo ou com revólver de pintura).

 

No filme 15 Metros de Mulher, Daryl Hannah interpreta Nancy, uma mulher que cresce até a altura de 15 metros. Para que a interação com objetos fosse perfeita, eles deviam ser construídos em miniatura. Gene Warren Jr. e sua equipe da Fantasy II criam várias miniaturas de casas, carros e de todos os objetos que a gigante deveria entrar em contato. Em uma das cenas, Nancy desmaia e cai sobre um celeiro. O celeiro foi feito em miniatura e foi construído de madeira balsa sem uso de pregos, só de cola, pois os pregos poderiam machucar a atriz. Para a cena final em que Nancy agora com 21 metros vai atrás de seu marido enganador, toda a cidade é construída em miniatura, com base em prédios reais. Centenas de árvores, luzes e postes de telefone e carros foram criados. Toda a mini-cidade foi montada dentro do estúdio da Fantasy II e cada quarteirão media 10 metros de comprimento por 6 metros de largura. O solo tinha uma base (tipo mesa) de madeira compensada. Atrás do deserto elevado tinha uma pintura de montanhas. Os arburstos e cactos em miniatura eram apoiados numa chapinha fina de madeira, assim, bastava coloca-los no deserto e polvilhar terra ou areia por cima para tampar esta chapinha.

 

No filme Exterminador do Futuro um caminhão-tanque explode em frente a um prédio, formando uma enorme bola de fogo. Para conseguir essa cena foram usadas miniaturas. O fato de usar miniatura se deve ao perigo que a cena representava, já que o local escolhido para filmagem da cena era em frente a um depósito de armamentos da polícia e é claro a produção não conseguiu autorização para explodir um caminhão de verdade. Assim, miniaturas foram uma opção mais direta. Para isso, foram necessários a miniatura do prédio, da rua e do caminhão. Tanto o prédio como a rua foram feitos de madeira compensada e foi montada na forma de uma plataforma (tipo de mesa) de 50 cm de altura. O prédio só tinha a frente (não tinha nenhum dos outros lados). Depois eles pintaram, e colocaram detalhes como latas de lixo e pequenas árvores. Sobre essa mini-rua na plataforma é que o caminhão-tanque explodiria.

No filme Asteróide, o planeta Terra é bombardeado por asteróides que foram deslocados de um campo de asteróides. Em uma das cenas, um caminhão-tanque é atingido por um fragmento de asteróide numa auto-estrada. Para isso, a Stargate Effects utilizou miniaturas. A miniatura da auto-estrada foi construída sobre uma plataforma de aproximadamente 80 cm de altura (semelhante a uma mesa). Abaixo você pode ver uma foto da miniatura da auto-estrada. Observe que ela está elevada para que durante a filmagem a câmera não filme o chão de verdade, permitindo captar apenas a miniatura, o cenário de fundo e o céu. Esta técnica de construir miniaturas de cenário elevadas torna a cena mais realista, já que não existe nenhum objeto que condene a pequena escala da miniatura. Note que as laterais da mini-estrada tem os contornos escondidos com mini-arbustos, isto facilita a integração com o cenário real de fundo.

Para o filme-game Os Exterminadores foi preciso construir miniaturas para a cena final do ataque de um inseto gigante a uma prefeitura. Para isso, os modeladores da StarGate Films criaram em 6 semanas uma miniatura em escala 1:6 da prefeitura. A equipe de 5 escultores e pintores usou madeira compensada para a estrutura básica , gesso e plástico líquido para fazer detalhes e adornos. A miniatura era constituída apenas pela frente e dois lados, ou seja não tinha a parte de trás. Isto era importante para permitir colocar os explosivos.

 

Para climax ardente do filme O Iluminado, baseado numa estória de Stephen King, as chamas de um incêndio consomem o hotel Overlook. Para obter esta cena foi usada uma miniatura extremamente realista. A VIFX sob a supervisão de Boyd Shermis se baseou em fotos de um hotel real. A miniatura tem 2,7 metros e foi construída com 5.182 metros quadrados de madeira balsa. A madeira balsa foi escolhida pois o hotel deveria ser incendiado como um hotel real de madeira deveria ser. A miniatura foi filmada a noite em cima de um tipo de mesa coberta com um forro de plástico preto (muito parecido com os usados aqui no Brasil como saco de lixo). Como o cenário deveria ser durante o inverno, os modeladores colocaram neve falsa sob o chão dos arredores do hotel. Para dar ainda mais realismo a cena, eles fizeram mini-marcas de sapato sobre a neve na entrada do hotel e marcas de pneus de carro feitas com rodinhas de carros de brinquedo.

 

No filme Despertar de um Pesadelo, os personagens principais são quase tragados por uma enorme bola de fogo numa explosão em uma ponte. Para conseguir esta cena, foram utilizadas miniaturas. Para isso, a WKR Productions com uma equipe de 10 pessoas projetou e construiu a mini-ponte em escala 1:5 em 2 meses. Tinha 41 por 6 por 5 metros. Assim que a ponte foi montada em locação, as miniaturas de caminhão-tanque com explosivos e um carro controlado por controle remoto (representando o veículo de fuga dos heróis) foram colocados na cena.

 

No filme As Loucas Aventuras de James West, para a cena em que a tarântula ataca a cidade, foi usada uma cidade cenográfica e miniaturas. Nas cenas em que mostrava as casas vistas de perto sendo destruídas foi usada a cidade cenográfica. Mas nas cenas em que parecia um visão aérea e panorâmica foi usada uma miniatura da cidade. Em apenas 6 semanas uma equipe de 15 carpinteiros, modeladores e artistas cênicos construíram 26 casas em escala 1:4. Eles foram cautelosos com os mínimos detalhes. Depois de cada tomada de incêndio eles entravam e apagavam o fogo. E para não deixar pegadas no local (o chão era de terra), eles tinham de varrer o cenário e para nele andar, eles colocavam um pedaço de chapa de madeira debaixo do sapato. Debaixo desta chapa de madeira havia várias mini-ferraduras feitas de madeira e coladas. Assim quando eles pisavam, eles deixavam marcas de mini-ferraduras de cavalo, 4 vezes menor que as de verdade. Além disso, eles passavam rodinhas de madeira presas a uma vara para simular marcas de carruagem.

 

No filme Fim dos Dias, Arnold Schawarzenegger se defronta com o diabo dentro de uma catedral em Manhattan. Como esta catedral deveria ser destruída, foi preciso construir uma miniatura. Para isso, tinha que ser uma réplica exata e perfeita ou a ilusão não funcionaria. Para isso contrataram a Hunter e Gratzner ( de Ian Hunter e Matthew Gratzner). Como era uma construção que já existia, era muito importante atentar para os detalhes e que fosse o mais detalhada possível para combinar com as imagens da catedral real, para definitivamente não haver dúvida que fosse real. A equipe de Hunter eGratzner fabricou bancos de madeira balsa, colunas, candelabros para uma catedral em escala de 1:6. O resultado final foi uma miniatura de 13 metros de comprimento por 6 metros de altura. Para quebrar os vitrais em seqüência em resultado ao poder do diabo, eles posicionaram cilindros de ar comprimido por detrás delas. O vitral foi pré-cortado para que os fragmentos tivessem tamanho adequado. Uma réplica de 2 metros de altura da cúpula da catedral foi encaixada no alto da miniatura e também foi pré-cortada para ser destruída diante das câmeras.

 

Em umas das cenas mais interessantes do filme 007 O Mundo Não É O Bastante, em uma fábrica portuária de caviar, 007 é ameaçado por atiradores e por um helicóptero com serras rotativas. Para isso, o supervisor de efeitos especiais John Richardson optou por usar miniaturas, pois segundo ele "se é muito caro, perigoso ou muito grande para fazer uma cena com dublês ao vivo, usa-se miniaturas". Em um setor de estúdio em Pinewood (Londres) , a equipe de Richardson construiu um modelo em escala 1:4 do cenário da fábrica. Copiaram todos os detalhes das docas, os barris e equipamentos nas plataformas. Para as cenas em que o helicóptero seria filmado em vôo seria usado um helicóptero de verdade com serras rotativas falsas. Na cena em que o helicóptero corta parte do cenário, eles usaram um helicóptero em escala 1:1 suspenso por um guindaste e controlado por computador. Mas quando o helicóptero precisava ser atingido por um míssel, destruir um helicóptero de verdade seria caro e muito arriscado. Assim, a equipe de Richardson também teve de criar a miniatura do heicóptero em escala 1:4. O helicóptero foi construído em grande parte com fibra de vidro e madeira em algumas partes (turbinas de exaustão no teto do modelo).

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